Internacional
Ofensiva à Ucrânia é errada e inaceitável, mas não irreversível, diz Guterres
Secretário-geral faz novo apelo ao presidente da Rússia para parar a operação militar contra o país vizinho; António Guterres diz que ONU colocou US$ 20 milhões para socorrer ucranianos afetados
O líder das Nações Unidas, António Guterres, voltou a pedir o fim do ataque à Ucrânia por tropas russas num novo pronunciamento a jornalistas nesta quinta-feira.
Num apelo direto ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, o secretário-geral da ONU pediu o fim da operação militar e o retorno das tropas à Rússia. Guterres lembrou que todos conhecem o preço de uma guerra.
Imagens do terror
Com o aumento das mortes, ele destacou que o que se vê são imagens do medo, da angústia e do terror em cada esquina da Ucrânia.
A invasão ocorreu por volta de 5h da manhã, horário local ucraniano, no mesmo momento em que os 15 países-membros do Conselho de Segurança se reuniam para tentar evitar a escalada da violência.
António Guterres afirmou que o mundo está assistindo às operações militares da Rússia dentro de um território soberano numa escala que a Europa já não via há décadas.
Conflito com Carta da ONU
A situação começou a se agravar na segunda-feira, quando o presidente russo Vladimir Putin anunciou que reconhecia a independência de duas regiões separatistas ucranianas: Donetsk e Luhansk, que ficam no leste da Ucrânia e na fronteira com a Rússia.
António Guterres afirma que a as medidas unilaterais estão em conflito direto com a Carta da ONU.
Para o secretário-geral a ofensiva militar é errada, contra a Carta das Nações Unidas, inaceitável, mas não é irreversível.
No apelo direto ao presidente da Rússia, Guterres disse que as pessoas inocentes são sempre as que pagam o preço mais alto num conflito.
Ajuda financeira
Ele informou que a ONU colocou US$ 20 milhões do Fundo Central de Resposta de Emergência à disposição dos ucranianos e está aumentado as operações humanitárias no país.
As agências das Nações Unidas estão em ambos os lados da linha de contato assegurando que a proteção dos civis esteja em primeiro lugar.
O chefe da ONU concluiu dizendo que as decisões dos próximos dias serão centrais para o futuro de milhões de pessoas.
António Guterres afirmou que de acordo com a Carta da ONU, não é tarde demais para salvar a presente geração do flagelo de uma guerra.