ENTRETENIMENTO
Os jovens são agora “mais religiosos” do que as jovens?
Tendência recente vista como encorajadora e preocupante. Por que as mulheres da Geração Z estão deixando a Igreja?
Uma tendência recente parece ir contra a visão estereotipada de que os homens são muito menos interessados em religião do que as mulheres.
“Pela primeira vez na história americana moderna, os homens jovens são agora mais religiosos do que suas colegas mulheres. Eles frequentam os serviços religiosos com mais frequência e são mais propensos a se identificarem como religiosos”, relatou recentemente a escritora de religião do New York Times Ruth Graham .
Graham se concentrou nas igrejas evangélicas do Texas, onde os homens jovens superavam claramente as mulheres.
Embora à primeira vista a notícia pareça um indicador de um renascimento religioso iminente, ela é uma fonte de preocupação para alguns.
“A questão real aqui, em termos de significância de longo prazo, não é ‘jovens cristãos’ se tornando mais religiosos; são jovens cristãs se tornando menos religiosas — incluindo as católicas”, disse William Dinges, professor emérito de religião e cultura na Escola de Teologia e Estudos Religiosos da Universidade Católica da América. “Isso é importante porque as mulheres em geral têm desempenhado o papel principal na socialização religiosa das crianças. A esse respeito, pondere as potenciais consequências institucionais de longo prazo de um eleitorado feminino alienado.”
Pesquisa diz
De fato, o Survey Center on American Life do American Enterprise Institute descobriu no ano passado que, na Geração Z – aqueles nascidos entre 1997 e 2012 – quase 40% das mulheres se descrevem como não religiosas, em comparação com 34% dos homens.
Foi descoberto que cerca de dois terços das mulheres entre 18 e 29 anos dizem que “a maioria das igrejas e congregações religiosas” não tratam homens e mulheres igualmente.
Dinges opinou que a “versão católica” do fenômeno masculino “mais religioso” “estaria relacionada, em parte, ao crescimento de grupos mais conservadores/tradicionalistas/’rad trad’ apaixonados pela Missa Tridentina Latina, educação domiciliar, famílias numerosas etc. — e papéis patriarcais mais convencionais”.
Só um pontinho?
Mark M. Gray, professor associado de pesquisa na Universidade de Georgetown e diretor de pesquisas católicas no Centro de Pesquisa Aplicada no Apostolado (CARA) de Georgetown, citou dados da última publicação da Pesquisa Social Geral, de 2022: para pessoas de 18 a 24 anos, cerca de um terço (33,1%) dos homens não tem afiliação religiosa, em comparação com 40,9% das mulheres.
Mas os números pesquisados eram relativamente pequenos, alertou Gray, e tinham margens de erro de amostragem que “dificultam discernir se essa é uma diferença real na população”, ele alertou.
“É apenas um vislumbre consistente com” as descobertas relatadas por Ruth Graham, do The Times.
O diretor executivo da CARA, Pe. Thomas P. Gaunt, SJ, comentou: “Isso é algo novo. Só o tempo dirá se é um ‘blip’ ou uma tendência.”




