CIDADE
Prefeito de Nova Olinda na mira do TCE: nepotismo, “funcionário fantasma” e multa de R$ 3.500
A prefeitura de Nova Olinda virou alvo de uma acusação que foge do trivial. O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) aplicou uma multa de R$ 3.532,29 ao prefeito Diogo Richelli Rosas, após identificar nepotismo e contratação de um “funcionário fantasma”. Não se trata de uma simples notificação: o caso é uma mancha que levanta questões graves sobre os critérios e o favoritismo nas contratações públicas.
Tudo começou com uma denúncia do vereador Severino dos Ramos da Silva Carneiro. Ele acusou o prefeito de nepotismo e de acomodar, na folha de pagamento, um funcionário cuja presença e serviços eram inexistentes. Dorgival Costa, nomeado para Diretor de Estradas e Rodagens (DER) e irmão da secretária de Governo e Articulação Política Institucional, Maria das Graças Costa, é o nome no centro desse turbilhão. A indicação, segundo o vereador, aponta para um favorecimento escancarado — e sem o menor pudor. Pior ainda: a função para a qual foi contratado parece ter ficado apenas no papel. A investigação encontrou sinais de que Costa nunca apareceu para cumprir sua jornada, o que levanta o já conhecido problema do “funcionário fantasma” na administração pública.
O Tribunal de Contas não perdoou. A auditoria foi minuciosa e direta ao ponto: nepotismo em benefício familiar, com o agravante de que Costa, durante o tempo de nomeação, aparentemente não deu expediente. Isso torna o pagamento do cargo irregular, considerado uma despesa sem qualquer retorno à sociedade, uma vez que o trabalho simplesmente não foi realizado.
Apesar de a prefeitura ter exonerado o servidor pouco mais de um mês depois, a auditoria foi clara em afirmar que o prefeito não apresentou provas concretas de que Costa chegou a prestar serviço. Foi pago, mas não trabalhou. Um desperdício que reforça a urgência de uma administração pública transparente e eficiente. Esses desvios mostram como a máquina pública precisa de mais rigor e menos condescendência.
O TCE-PB, como órgão de controle, fiscaliza de perto os gastos e as práticas de prefeituras e demais órgãos governamentais. No dia 28 de novembro, o prefeito Diogo Richelli Rosas deverá prestar esclarecimentos adicionais, e o Tribunal promete acompanhar o caso de perto. É um momento de teste para a administração, que agora enfrenta pressão para demonstrar uma postura mais ética e responsável.
Esse episódio serve como alerta: a população exige mais do que gestores ocupando cadeiras — exige resultados, ética e responsabilidade. Afinal, a prática do nepotismo e as contratações fantasmas são algumas das chagas que corroem a confiança nas instituições. Se há algo a ser resgatado aqui, é o compromisso de fazer valer cada centavo do contribuinte, algo que o TCE mostrou que continua disposto a defender.