Internacional
Presidente da Coreia do Sul é proibido de deixar o país
Yoon Suk Yeol está sendo investigado por traição por ter decretado lei marcial, ação que foi encarada como uma tentativa de autogolpe. Ele escapou de um pedido de impeachment, mas oposição já anunciou nova tentativa
O Ministério da Justiça da Coreia do Sul impôs nesta segunda-feira (09/12) ao presidente Yoon Suk Yeol a proibição de deixar o país enquanto estiver sendo investigado por traição e outras acusações, após ele ter declarado a lei marcial na semana passada.
Yoon está sendo investigado por suspeita de traição, motim e abuso de poder, acusações que também pesam sobre vários altos responsáveis governamentais e militares envolvidos na polêmica medida, decretada aparentemente com motivações puramente ligadas à sobrevivência política do presidente e à proteção da primeira-dama, contra quem pesam acusações de corrupção.
Após o fracasso da moção parlamentar para destituir o chefe de Estado no último sábado, o principal partido da oposição, o liberal Partido Democrático (PD), afirmou que apresentará na quarta-feira outra moção para tentar destituir o presidente.
“Não importa como tentem justificar, a essência permanece intacta: isto é o ato ilegal e inconstitucional de uma segunda insurreição e um segundo golpe de Estado”, disse o líder do PD, Park Chan-dae, após o pedido de impeachment ser barrado.
O PD, que garantiu o apoio de apenas três deputados do PPP na votação de sábado, precisa do apoio de oito parlamentares do partido conservador para alcançar a maioria de dois terços dos votos necessária para destituir Yoon.
Embora um presidente sul-coreano em exercício tenha imunidade contra processos judiciais, isso não vale para acusações de rebelião ou traição. Isso significa que Yoon pode ser interrogado e detido pela polícia por causa de seu decreto de lei marcial, mas muitos analistas políticos duvidam que a polícia o detenha devido à possibilidade de conflitos com o serviço de segurança presidencial.
Investigadores já anunciaram a detenção do ex-ministro da Defesa, efetuaram uma operação de busca em seu escritório e convocaram nesta segunda-feira o general que assumiu o comando da lei marcial para um interrogatório.
Yoon declarou lei marcial na terça-feira passada. O estado de emergência foi suspenso após os partidos da oposição e parte do próprio PPP terem votado na Assembleia Nacional pela revogação da medida poucas horas depois de ela ter sido decretada, e apesar das tentativas da polícia e das tropas sul-coreanas de bloquear o acesso ao parlamento.