Judiciário
Procurador-Geral da República abre mão do descanso para encarar denúncias que sacodem Brasília

Recesso? Que nada. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu abrir mão de suas férias de fim de ano — e, vamos combinar, não é todo dia que isso acontece em Brasília. O motivo? A bomba-relógio que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e uma turma de peso político e militar, todos investigados por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
O ritmo é frenético: Gonet preferiu ficar em Brasília, revisando pilhas de documentos que a Polícia Federal (PF) enviou. Entre as figuras centrais do caso, está o general Braga Netto, que, acredite, foi preso em plena época de confraternização natalina. Conveniente ou não, o procurador quer evitar que as prisões preventivas se arrastem sem justificativa — até porque ninguém gosta de ver o Judiciário patinando.
No mesmo embalo, Alexandre de Moraes, o “xerife” do Supremo Tribunal Federal (STF), também resolveu cancelar sua folga. Moraes não está para brincadeira quando o assunto é Bolsonaro, tentativa de golpe e ataques à democracia. Enquanto isso, outros ministros, em seus destinos paradisíacos, agradecem por não terem que se envolver.
A Primeira Turma do STF — aquela que vai decidir os destinos desse caso explosivo — deve se reunir no início de fevereiro. Os cinco ministros que compõem o colegiado têm nomes de peso, mas há uma questão intrigante: por que o caso não vai direto para o plenário? Seria mais apropriado, dado o tamanho da confusão. Mas, até agora, essa decisão parece estar no limbo jurídico.
Ah, e tem mais! A lista de investigados cresce a cada dia. Além de Bolsonaro e Braga Netto, surgem nomes familiares, como Mauro Cid, Augusto Heleno e Valdemar Costa Neto. É quase uma reunião de ex-ministros e aliados, só que com clima de tribunal.
E os detalhes sórdidos não param: as investigações apontam que o caos de oito de janeiro não foi obra do acaso. Rolam teorias de conspirações golpistas que remontam às eleições de 2022. E, pasme, há até menção a planos de assassinato contra Lula, Alckmin e o próprio Moraes. Parece roteiro de filme, mas é a realidade brasileira.
No fim das contas, Gonet quer respostas rápidas. Ninguém aguenta mais o empurra-empurra judicial. Mas será que dá para acreditar que tudo será resolvido até fevereiro? Ou estamos prestes a assistir mais uma novela sem fim? Seja qual for o desfecho, a opinião pública está sedenta por justiça — ou, pelo menos, por algum tipo de conclusão.