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Lindbergh e o plano mirabolante para salvar Lula – Mas quem paga a conta?

Por Roberto Tomé
A bancada do PT na Câmara quer vender sonhos. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido, tem um plano para recuperar a popularidade do presidente Lula. Mas há um pequeno problema: vender ilusão é fácil, entregar a promessa é outra história. E a história recente do governo mostra que a conta sempre chega – e quem paga é o povo.
O que está no pacote de “soluções”?
Os petistas apostam em duas propostas para tentar resgatar a imagem do governo: o fim da jornada de trabalho 6×1 e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Ambas têm apelo popular, mas esbarram em obstáculos gigantescos.
- Fim da escala 6×1 – Esse projeto não é novidade. Já foi apresentado outras vezes e não foi para frente. O motivo? Simples: prometer menos trabalho sem reduzir salários pode parecer maravilhoso, mas na prática, aumenta custos para os empregadores e pode resultar em mais desemprego. Uma mudança dessa magnitude não se resolve com um projeto de lei da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), mas sim com uma reforma profunda no mercado de trabalho.
- Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil – De acordo com o Instituto Paraná Pesquisas, 67% dos brasileiros apoiam essa ideia. Mas tem um detalhe: o rombo nos cofres públicos seria de R$ 50 bilhões. Para fechar essa conta, o governo teria que cortar gastos ou criar novos impostos – e adivinhe quem acabaria pagando no final?
O problema não é prometer, é cumprir
Na ânsia de recuperar a aprovação de Lula, o governo parece disposto a implodir ainda mais a economia. Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, chamou esse tipo de estratégia de “tiro no pé”. O PT quer se vender como o partido que defende os mais pobres, mas será que aumentar o risco de desemprego e piorar a arrecadação do governo realmente ajuda essa população?
No final das contas, essas propostas são mais sobre marketing político do que sobre mudanças reais. A isenção do Imposto de Renda pode até ter alguma chance no Congresso, porque beneficia também os parlamentares que votarem a favor. Mas o fim da escala 6×1 é só mais uma promessa vazia, sem base na realidade econômica do país.
E aí, o governo vai mesmo bancar essas ideias ou tudo não passa de mais um truque para manter o eleitor esperançoso? A resposta, como sempre, estará na conta que chega para o trabalhador.