Politíca
Eliza Virgínia critica condenação de Débora Rodrigues e responde a Hugo Motta

Por Roberto Tomé
A polêmica está lançada. A vereadora de João Pessoa, Eliza Virgínia (Progressistas), voltou às redes sociais para criticar duramente a condenação de Débora Rodrigues dos Santos, sentenciada a 14 anos de prisão por sua participação nos eventos de 8 de janeiro. Para Eliza, a decisão é desproporcional e expõe um tratamento desigual na justiça brasileira.
Eliza fez questão de lembrar que, enquanto deputada federal, defendeu a liberdade de Débora e apoiou a anistia para os envolvidos nos protestos. Agora, segundo ela, enfrenta represálias por suas opiniões e denuncia o que chama de perseguição política e exílio forçado de opositores.
Embate com Hugo Motta
A vereadora também não poupou críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que recentemente declarou que o Brasil não enfrenta mais os desafios de um passado autoritário. “Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático… Não mais, nunca mais”, afirmou Motta.
A resposta de Eliza veio afiada: “Negar que existem presos políticos no Brasil é tapar o sol com a peneira. Liberdade de expressão virou privilégio de alguns, enquanto outros são punidos com rigor excessivo”.
“Dois pesos, duas medidas”
Um dos pontos mais contundentes da crítica de Eliza é a diferença de tratamento entre casos similares. A vereadora comparou a situação de Débora com a da esposa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que obteve prisão domiciliar por ter filhos menores. “Por que essa mesma regra não vale para Débora? O que explica essa diferença?”, questionou.
Eliza ainda destacou o que considera um exagero na pena imposta. “A mulher pichou uma estátua com batom e agora enfrenta uma condenação digna de um crime hediondo. Isso é proporcional?”.
A condenação
A decisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que enquadrou Débora em uma série de crimes:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 4 anos e 6 meses de reclusão.
- Golpe de Estado: 5 anos de reclusão.
- Dano qualificado: 1 ano e 6 meses, mais multa.
- Deterioração de patrimônio tombado: 1 ano e 6 meses, mais multa.
- Associação criminosa armada: 1 ano e 6 meses.
Além disso, Débora foi condenada a pagar uma multa de cerca de R$ 50 mil e uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
O debate continua
A sentença levanta um debate maior sobre justiça, liberdade de expressão e imparcialidade das instituições. Enquanto uns defendem a punição como necessária para coibir ataques à democracia, outros enxergam excessos e arbitrariedades.
No fim das contas, a questão vai muito além de Débora Rodrigues. O que está em jogo são a interpretação da justiça e os limites da liberdade de expressão no Brasil atual. Afinal, quem define o que é crime e o que é opinião?