Pedro e Mersinho Lucena: “tem caroço nesse angu” 

Por Roberto Tomé

Rapaz, o burburinho foi grande nos bastidores da política paraibana depois que Pedro Cunha Lima, cabra sabido e presidente do PSD no estado, se achegou pra uma conversa com o deputado federal Mersinho Lucena lá nos estúdios da Rádio Correio, em João Pessoa. O encontro, que se deu na última terça-feira, mais parecia um reencontro de compadre do que reunião de política. Mas será mesmo só isso?

A prosa rolou solta, cheia de lembranças de família, causos antigos e saudade do tempo de menino. Até aí, tudo nos conforme. Mas o povo que vive de farejar política, feito matuto atrás de rastro de tatu, já começou a se perguntar: será que isso foi só amizade ou tem algo sendo tramado por debaixo dos panos?

O ambiente era amistoso, daqueles que mais parece mesa de cozinha com café fresco e bolo de milho. Nenhum dos dois abriu a boca pra falar de partido, eleição ou estratégia. Mas a ausência de papo político deixou o povo ainda mais desconfiado. Como é que dois dos nomes mais falados da política da Paraíba se encontram e não trocam nem uma palavrinha sobre os rumos do estado? Sei não…

Tem gente dizendo que foi só reencontro de dois conhecidos de longas datas, com laços de família entrelaçados há tempos, mas também tem analista político vendo sinais de fumaça no horizonte, como quem diz: “Se não tem fogo ainda, pelo menos a lenha já foi juntada”.

Pedro, herdeiro de um dos sobrenomes mais tradicionais da política paraibana, e Mersinho, filho do prefeito da capital, Cícero Lucena, têm histórias que já se cruzaram em outras encruzilhadas políticas. Já estiveram do mesmo lado, depois tomaram rumos diferentes, mas nunca fecharam as porteiras de vez.

A conversa, mesmo sem pauta política declarada, traz de volta lembranças de tempos em que alianças eram formadas ali no fio do bigode, com aperto de mão e confiança. O cenário político da Paraíba, que vive sempre em reboliço, agora tem mais esse capítulo pra esquentar os debates nas calçadas e nos gabinetes.

O povo do rádio, da imprensa e até quem vive de política na beira da praça tá dizendo que tem caroço nesse angu. Não saiu nota oficial, não teve discurso nem entrevista, mas a movimentação foi o suficiente pra acender o lampião da curiosidade.

Analistas estão de olho pra ver se esse “reencontro de amigos” vai se desdobrar em aproximação política real. E se acontecer, o mapa político da Paraíba pode sofrer mais uma daquelas reviravoltas que só nosso estado sabe dar.

Mas, por enquanto, é só isso mesmo: especulação. Sem confirmação, sem fala oficial, só o cheiro de que algo pode estar sendo cozinhado no fogo brando da política paraibana. E a gente sabe que nesse terreiro, nada é por acaso.

Agora é esperar pra ver se esse encontro vai render algum fruto ou se foi só mesmo um cafezinho entre conhecidos. Mas cá entre nós: onde tem fumaça, pode muito bem ter fogo.