Internacional
Portugal investe em políticas para fortalecer oportunidades para a juventude
Secretária de Estado e da Igualdade, Carla Rodrigues, disse à ONU News que ambição do governo é manter a força de trabalho jovem dentro do país “com dignidade”, e que a geração atual tenha todas as oportunidades das quais precisa para se desenvolver
Portugal está investindo em novas políticas para manter sua juventude dentro do país.
No ano passado, o governo do atual primeiro-ministro Luís Montenegro criou o Ministério da Juventude e Modernização e iniciou uma série de consultas sobre as demandas desta faixa etária.
Nesta terça-feira, a secretária de Estado e Igualdade do Ministério, Carla Rodrigues, falou à ONU News sobre sua participação no Fórum da Juventude, nas Nações Unidas sobre o foco do país na retenção de seus talentos jovens.
Carreiras profissionais e custo de vida
“Nós estamos com políticas muito focadas na área da juventude para que os jovens possam criar as suas carreiras profissionais, possam construir a sua família, possam ser felizes no seu país. Que não sejam obrigados a emigrar, a procurar outros destinos, como têm acontecido com muitos dos nossos jovens, por não encontrarem condições de dignidade para viver em Portugal. E, portanto, nós queremos contribuir para dar essas condições para quem quiser ficar em Portugal tenha condições de dignidade para viver, e trabalhar e constituir a sua família em Portugal.”
Os jovens portugueses, entre 15 e 24 anos, representam hoje cerca de 10% da população. Além de precisar reter esses talentos para o futuro da nação, Portugal também enfrenta os desafios comuns a outros países europeus com o aumento do custo de vida, salários menos competitivos, habitações e moradias mais caras.
Compra da primeira casa
Muitos portugueses saem para tentar a vida em outras partes da União Europeia e até fora do continente.
Analistas dizem que atrair jovens, especialmente a geração Z, para o mercado de trabalho tem sido mais difícil do que no passado. Para a secretária Carla Rodrigues, algumas políticas como descontos de impostos na compra da primeira casa ou no arrendamento da primeira moradia.
Este ano, o Fórum da Juventude adotou o lema do Fórum Político de Alto Nível “Avançando soluções inclusivas, baseadas em evidências e na ciência para a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável sem deixar ninguém para trás.”
ONU/Manuel Elias
Participantes do Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social, Ecosoc, realizado na sede da ONU em Nova Iorque
Economia azul cria empregos
Uma das chances de emprego jovem ocorre na economia azul. De acordo com a secretária de Estado de Portugal, o país quer canalizar essas oportunidades.
“É uma grande preocupação nossa os oceanos. A problemática da sustentabilidade de toda a ação humana no sentido de revitalizar os oceanos, tirarmos proveito dos oceanos sem explorar e esgotar os recursos e sem poluir os oceanos, e sem contribuir para este desgaste que tem havido de nossos recursos naturais. A juventude está imensamente envolvida nisso e empenhada nisso também. Nós inclusive temos tido oportunidade para auscultar as preocupações da juventude. Aliás, o governo está a criar a Agenda Nacional da Juventude, promoveu um sem número de audições, percorreu o país inteiro ouvindo a juventude e ouvindo também as preocupações dos jovens sobre o clima, sobre os novos desafios com que estamos a ser confrontados com essas agressões climáticas que temos sofrido.”
Violência a mulher é crime
Responsável por políticas de direitos da mulher na área da igualdade, a secretária Carla Rodrigues disse estar muito atenta à erradicação de práticas tradicionais como mutilação genital feminina, casamentos forçados e violência a mulher, o que constitui crimes pela lei portuguesa.
“O que se falou da mutilação genital feminina, do casamento forçado são as práticas tradicionais nefastas, que nós temos em Portugal muito fruto do Portugal ser um país inclusivo e um país de acolhimento de muitas comunidades migrantes que trazem estas práticas para Portugal. Nós criamos, recentemente, com várias instituições, o Livro Branco das práticas tradicionais nefastas. Estamos a estudar estes fenômenos para depois melhor aplicar umas medidas para combater esses fenômenos.”
A secretária de Estado Adjunta e da Igualdade, Carla Rodrigues, lembra que a mutilação genital feminina e o casamento forçado são crimes discriminados no Código Penal do país.
O país criou canais de denúncia e informação com autoridades de saúde e agentes da lei para identificar os casos.
O Fórum da Juventude 2025 ocorre até esta quinta-feira, na sede da ONU, e é considerado pelo Ecosoc, como o maior encontro jovem da organização, de todos os anos.
