Judiciário
Moraes no olho do furacão: Sanção dos EUA bota o ministro contra a parede e escancara crise de autoridade no Brasil
Do sertão pra o mundo: quando a Justiça perde o rumo, quem paga é o povo — e os inocentes já tão pagando caro
Por Roberto Tomé
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tá no meio duma baita encrenca internacional. O governo dos Estados Unidos, com dedo firme e sem arrodeio, botou o nome dele na lista preta, com base naquela tal de Lei Global Magnitsky — lei feita pra castigar quem pisa nos direitos humanos e cala a boca de quem pensa diferente.
Com isso, todo e qualquer bem ou dinheiro que ele tenha nos Estados Unidos foi travado mais ligeiro que porteira de curral em dia de visita. E o pior: agora ninguém por lá — nem empresa nem gente — pode fazer negócio com ele. Nem transferência de banco, nem pagamento em dólar, nem nada. Até as operação feita dentro do Brasil tão sob risco de embargo, se tiver algum rastro de banco gringo no meio.
O fio da navalha: repressão ou justiça?
A sanção veio acompanhada de denúncia pesada: acusação de Moraes usar o poder pra prender sem prova, perseguir jornalista, censurar rede social e bater forte só em quem apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mais de 1.600 brasileiros já foram arrastados pras barras da Justiça por conta dos atos do 8 de janeiro, muitos sem nem ter pisado perto da confusão. Tem jornalista exilado, deputado fugido e povo do interior que até hoje não sabe o que foi que aconteceu.
Eduardo Bolsonaro no meio da ruma
O deputado federal Eduardo Bolsonaro foi um dos cabras que cutucou esse vespeiro lá fora. Foi bater na porta dos americanos e dizer que no Brasil a Justiça virou palanque de um lado só. Disse que Moraes é o cabeça da repressão contra os conservadores e que precisava ser punido. E num é que os gringos escutaram?
Vida travada fora do país
Moraes, que já tinha fama de duro, agora tá vendo a corda apertar pro lado dele. Ainda que ele diga que não tem bens fora do Brasil, o sistema bancário internacional não quer nem conversa. Como o tal do Swift — que é tipo o correio das transações financeiras — funciona debaixo das leis dos Estados Unidos, qualquer coisa com o nome dele já é cortada logo.
Bancos brasileiros também já tão se resguardando. Transferência, saque, pagamento — tudo pode ser barrado se tiver ligação com empresa americana ou passar por sistema internacional. Mesmo que o dinheiro nem saia do Brasil, as travas já tão armadas.
Exemplo russo inspira possível saída brasileira
Os russos, que já foram alvos de sanções parecidas em 2014, criaram o próprio sistema de comunicação bancária, o tal do SPFS. Começou devagar, mais caro e meio cambaleando, mas hoje tem mais de 500 instituições conectadas e permite até pagamento internacional em rublo. Resolveram se virar por conta própria e, com isso, não ficaram na mão dos americanos.
E o Brasil, faz o quê?
Aqui, se o governo quiser, tem como seguir o mesmo caminho. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, tem estrutura pra montar um sistema de mensagens financeiras só do Brasil, sem precisar dos gringos. Um sistema desses protegeria não só Moraes, mas qualquer autoridade que, por ventura, entrasse no olho do furacão político internacional.
Mas pra isso sair do papel, precisa de vontade política, organização e coragem. É uma decisão que mexe com muita coisa grande — e com muito interesse escondido no mato.
Finalmentes matutos do Portal Informa Paraíba
A sanção dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes jogou luz num problema maior: quando a Justiça vira cabo eleitoral de um lado só, o povo fica sem chão. A gente aqui do sertão sabe bem como é sentir o peso de decisão que vem lá de cima, sem ninguém escutar o que a gente tem pra dizer.
O Portal Informa Paraíba segue de olho, com os ouvidos na terra rachada do sertão e os olhos atentos no que acontece lá nas bandas de Brasília e dos gringos. Justiça boa é aquela que trata todos por igual — do juiz ao agricultor, do deputado ao vaqueiro. E é por essa justiça que a gente luta, todos os dias.




