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Morte de Luiz Felipe Cunha escancara as feridas da justiça brasileira: advogado que enfrentou Moraes cai de repente em Brasília
O coração de Luiz Felipe Pereira da Cunha, advogado arretado que ousou desafiar o ministro Alexandre de Moraes e defender presos políticos do 8 de janeiro, parou de bater de supetão. Aos 56 anos, tombou dentro de casa, vítima de um mal súbito, deixando o Brasil mais pobre na luta pela liberdade. O corpo seguiu pro IML, mas o que ficou mesmo foi o rastro de indignação, dúvida e desconfiança que arrodeia o país.
Um cabra que não se vendeu
Luiz Felipe não era desses que baixa a cabeça pros poderosos. Foi ele que botou a boca no trombone na Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando violações de direitos humanos contra sua cliente, Adalgiza Maria Dourado, mulher de 65 anos condenada a 16 anos de cadeia por participar da manifestação de 8 de janeiro.
E o que aconteceu depois da denúncia? O próprio Moraes, que era o alvo, deu prisão domiciliar pra ré, reconhecendo idade avançada e saúde debilitada. Ora, se tinha motivo pra tirar ela do presídio, por que raios a mantiveram lá até ser preciso um advogado bater na porta da OEA? Eis a pergunta que ecoa nos becos e vielas do Brasil.
Luiz Felipe também defendia o jornalista bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que pede asilo político na Espanha, alegando perseguição judicial. Ou seja, ele botava o lombo na linha pra defender gente que o sistema quer calar.
Brasil: terra da justiça ou do medo?
A morte desse advogado não é só uma tragédia pessoal, é também sintoma de um Brasil adoecido. A justiça virou palco de espetáculo, onde ministros concentraram mais poder que rei em trono de ouro. Quem critica, leva canetada. Quem protesta, vai preso. Quem escreve, é processado.
Olhe só o retrato dessa desordem:
- Daniel Silveira: condenado a quase nove anos por “ameaças ao Estado”. Perdeu até benefício de saída temporária, sob a desculpa de que não cumpriu regras. Um recado claro: desafiar o Supremo custa caro.
- Roberto Jefferson: preso depois de enfrentar a polícia com tiro e granada, hoje é lembrado mais como exemplo de “quem não se dobra apanha dobrado”.
- Imprensa acuada: jornalistas no Brasil viraram alvo fácil de censura e assédio judicial. A Fenaj contou 144 agressões só em 2024. E não é pancada de bêbado, não. É perseguição planejada, orquestrada, pra calar a voz do contraditório.
- Casos escandalosos: teve jornalista em Pernambuco jogado na cadeia por denunciar promotor. Teve repórter do UOL exposto com dados pessoais num site fajuto, só pra intimidar.
Se isso não é censura e perseguição, macho véi, então o que é?
O assédio judicial como arma política
O próprio Supremo, num arremedo de justiça, reconheceu que existe assédio judicial contra jornalistas. Mas reconhece de boca, porque, na prática a canetada continua comendo solta. De cada 10 decisões, 4 ainda são contra a imprensa. É a prova de que a democracia tá andando em muletas, tropeçando feito jumento cansado em estrada de pedra.
A morte que grita
O falecimento de Luiz Felipe Cunha não é só perda, é denúncia. Ele cai justo no meio dessa tempestade onde reina o medo, o silêncio forçado e o arbítrio. E é por isso que o povo pergunta: morreu de infarto mesmo ou o peso da perseguição foi quem matou?
Finalmentes — Voz que não cala
Luiz Felipe foi embora, mas deixou seu grito fincado no chão do Brasil: ninguém deve se ajoelhar diante do poder. A memória dele é farol pros que seguem sendo tratados como inimigos do Estado só por ousar pensar diferente.
Enquanto houver cadeia lotada de presos políticos, perseguição a jornalistas e ministros transformando toga em coroa, a luta não pode parar.
E aqui do Portal Informa Paraíba, a gente reafirma: não vamos calar. Porque calar é consentir — e nós, como Luiz Felipe, não nos curvamos diante da injustiça.




