CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Black Friday 2020: Google revela tendências para o evento
Barreiras entre consumidores e canais de compra digitais foram derrubadas, apontam dados da gigante das buscas
Os brasileiros já começaram a se preparar para as compras da Black Friday. Será que a pandemia vai ser um momento de indulgência dos consumidores ainda cansados do isolamento ou de planejamento por conta da incerteza trazida pela pandemia? Provavelmente, os dois cenários devem acontecer na edição de 2020 do evento de compras.
O Google apresentou as principais tendências para a temporada de compras deste ano em um evento online. A empresa também anunciou que vai permitir que varejistas e marcas exibam seus produtos gratuitamente na aba do Google Shopping. Para reforçar o momento, a marca deve realizar a segunda edição de sua live Show da Black Friday, no YouTube.
Brasileiros mais próximos do e-commerce
De acordo com dados apresentados no evento, a pandemia fez com que boa parte dos brasileiros atravessassem a fronteira que os separava dos canais de compra digitais. O Ebit reportou 7,3 milhões de novos compradores no primeiro semestre de 2020. Ou seja, um crescimento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado. Em outra pesquisa, realizada pela Ipsos, aponta que 57% dos brasileiros dizem comprar mais online agora do que antes da pandemia.
“Uma nova relação com o digital, somada às mudanças de comportamento e o cenário atual, fizeram do consumidor mais consciente de suas prioridades e mais planejado. Para ele, a Black Friday de 2020 será menos sobre comprar somente o que está com um super-desconto e mais sobre fazer bons negócios”, diz a diretora de negócios para o Varejo do Google Brasil, Gleidys Salvanha.
A executiva da gigante das buscas também comenta que a internet tomou o lugar das vitrines de shoppings e ganhou uma série de novos consumidores. Itens que antes eram comprados apenas de forma presencial passaram a figurar nas buscas dos brasileiros. Resta saber como será que a pandemia vai influenciar na temporada de Black Friday.
Para Salvanha, o consumidor deve ser mais estratégico. E isso influencia as marcas também. “Já para as marcas e varejistas, a data não é um momento apenas para queima de estoque, mas uma oportunidade de lançarem produtos, serviços, formas de se diferenciarem e conquistarem novos clientes”, completa a executiva.
Mantendo o crescimento
Em um contexto de lojas fechadas e isolamento social, o e-commerce registrou a sua maior alta histórica em 2020, com picos de crescimento em datas como Dia das Mães e dos Namorados. O mesmo se reflete nas buscas no Google. Em 2019, a semana da Black Friday foi o pico de buscas no Google para 72% das macro categorias do varejo. Neste ano, entre os dias 26 de agosto e 22 de setembro, 19 das 29 categorias analisadas pelo Google já registraram um volume de buscas que supera a Black Friday de 2019.
Esse crescimento se divide em três tendências:
- Categorias como Móveis e Decoração, que anualmente registrava o pico histórico de buscas no Google durante a Black Friday, se encontram num patamar acima – 22% e 51% respectivamente – do registrado na última edição do evento;
- Outros produtos tradicionais da temporada de compras, como TV e Vídeo, Telefonia e Eletrodomésticos, estão num patamar de buscas muito acima do registrado antes da pandemia, ainda que abaixo do pico da Black Friday de 2019;
- Alimentos e Bebidas, que não registravam picos durante a Black Friday, estão hoje num novo patamar de buscas, 40% e 23% respectivamente acima da Black Friday de 2019.
Diferenciais na Black Friday 2020
O preço ainda é o principal critério para os brasileiros no momento de decisão de uma compra. Além disso, a pandemia aumentou ainda mais o interesse por promoções. A partir de abril, as buscas no Google relacionadas ao tema subiram de forma exponencial. Ou seja, cresceram 38% entre abril de julho de 2020 em relação ao mesmo período no ano passado. Por outro lado, entre janeiro e março, as buscas por promoções estavam 28% menores que no primeiro trimestre de 2019.
Porém, para o consumidor, o conceito de preço é mais amplo e envolve possíveis descontos por meio de cupons ou de cashback. O volume de buscas por cupom é 35 vezes maior que por cashback, mas o interesse por termos relacionados a cashback cresce em um ritmo mais acelerado (74% ano a ano) que o por cupom (+30% ano a ano).
O frete continua como um diferencial de peso para os consumidores. Durante a pandemia houve um aumento expressivo do interesse por frete grátis no buscador. Em julho deste ano, o tema já era 118% maior do que no mês da Black Friday de 2019. O frete expresso também ganhou relevância no período e terá um papel importante na temporada, principalmente no Natal, por conta das compras de última hora. As preocupações do consumidor com tempo e custo de entrega dão maior protagonismo para soluções omni-canais, como clique & retire.
Google Shopping gratuitamente
A partir da segunda quinzena de outubro, o Google disponibilizará a listagem gratuita de produtos na aba Shopping. A novidade havia sido anunciada em abril nos Estados Unidos e agora chega ao País. Na prática, isso significa que quando um consumidor procurar um produto, os resultados no Google Shopping serão, em sua maioria, listagens gratuitas.
Até então, se um e-commerce quisesse mostrar seus produtos na aba do Google Shopping, era preciso fazer o upload das informações por meio da plataforma do Merchant Center e depois veicular as campanhas publicitárias pelo Google Ads. Com a mudança. empresas e varejistas de todos os tamanhos poderão se conectarem com milhões de brasileiros, segundo a marca.
Outra novidade da Black Friday 2020 é que a companhia lançará os selos “retirada no mesmo dia” e “retirada mais tarde. O formato mostra no Google Shopping os produtos em estoque de uma determinada loja física.