CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Samsung é acusada de publicidade enganosa ao promover responsabilidade social
Uma associação francesa de defesa dos consumidores fez uma reclamação formal contra a Samsung por supostas práticas comerciais enganosas. De acordo com a organização UFC-Que Choisir, as políticas de responsabilidade social que a Samsung divulga em seu próprio site oficial não refletem o que realmente acontece no dia a dia da companhia sul-coreana.
A reclamação, que foi apresentada à justiça francesa, utiliza denúncias feitas pela imprensa e por organizações não-governamentais — como a UNICEF e a Organização Internacional do Trabalho — para tentar comprovar que trabalhadores são submetidos a condições desumanas durante a cadeia de produção dos produtos da Samsung. Um exemplo seria o uso de trabalho infantil em minas de cobalto na República Democrática do Congo, além da exploração de trabalho forçado de minorias étnicas na China.
O documento também cita a exposição de trabalhadores de uma fábrica de chips na Coreia do Sul a produtos químicos tóxicos. O caso teve repercussão internacional em 2018, quando a companhia se comprometeu a ressarcir trabalhadores e familiares de funcionários que adoeceram enquanto trabalhavam no local. Pelo menos 200 pessoas adoeceram e 70 morreram após serem expostas aos elementos químicos usados nas fábricas.
Acusação não é inédita
Essa não é a primeira vez que a divisão francesa da Samsung é acusada de divulgar publicidade enganosa. Em 2018, as ONGs Sherpa e ActionAid France abriram uma queixa semelhante contra a empresa. Na ocasião, um juiz de Paris reconheceu a acusação e abriu um inquérito para investigar a Samsung Electronics France.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Também não é de agora que a UFC-Que Choisir leva uma grande empresa de tecnologia à justiça francesa. Em 2014, a organização de defesa dos consumidores entrou com um processo contra Facebook, Twitter e Google por violarem a privacidade dos dados de seus usuários. O grupo afirmava que os termos de uso dos serviços oferecidos por essas companhias utilizavam uma linguagem “ilegível”, além de apresentarem links direcionando o usuário para páginas em inglês, que poderiam não ser compreendidas pelos cidadãos franceses.
Fonte: SamMobile, UFC-Que Choisir