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Educação & Cultura

Resumo de livro: O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi lançado como livro em 1915, contudo, os capítulos dessa obra tinham sido publicados desde 1911, em folhetins no Jornal do Comércio, no Rio de Janeiro.

O Triste Fim de Policarpo Quaresma é considerado um clássico pré-modernista da literatura brasileira, sendo saudado pela crítica intelectual da época, o que não aconteceu com o romance de estreia do autor, Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Porém, o sucesso durou pouco e o escritor viveu no anonimato e na pobreza até a morte.

Ao se tornar livro, a obra que garantiu fama passageira a Lima Barreto foi dividida em 3 partes, ganhando uma estrutura mais organizada do que a que tinha quando era publicada nos jornais.

Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar; mas a junta de saúde julgou-o incapaz. Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se fez conservador e continuou mais do que nunca a amar a “terra que o viu nascer”. Impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do exército, procurou a administração e dos seus ramos escolheu o militar.

Era onde estava bem. No meio de soldados, de canhões, de veteranos, de papelada inçada de quilos de pólvora, de nomes de fuzis e termos técnicos de artilharia, aspirava diariamente aquele hálito de guerra, de bravura, de vitória, de triunfo, que é bem o hálito da Pátria. Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do “seu” rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em face da do Nilo.

Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora, com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua guaraní ó más bien tupí, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo — Ubirajara.

Resumo da obra

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto

A obra conta a história de Policarpo Quaresma, um homem extremamente patriota e com alguns hábitos incomuns que espantavam as pessoas que o conheciam. Policarpo possuía muitos ideais inovadores para a época e vivia preocupado com os rumos da nação. Confira abaixo o resumo das 3 partes do livro.

Primeira parte

A primeira parte da obra começa descrevendo a rotina do major Policarpo Quaresma, um homem que, na verdade, não era major, já que o título era apenas um apelido colocado pela vizinhança. Mesmo muito respeitado por seus conhecidos, Policarpo Quaresma tinha hábitos estranhos, como o patriotismo exaltado, os gostos peculiares e o amor pelos livros.

Sempre procurava fazer coisas novas e aprender e suas atitudes espontâneas e incomuns causavam estranheza na vizinhança. Por exemplo, decidiu aprender violão com o professor de música Ricardo Coração dos Outros, que se tornou seu amigo e o acompanhou até o final da história.

Além de música, Policarpo Quaresma também aprendia tupi-guarani, já que buscava constantemente incluir itens tipicamente brasileiros em seu dia a dia.  Seu amor pela pátria era tanto que chegou a fazer um ofício para o ministro dizendo que a língua oficial do Brasil deveria ser o tupi-guarani. A própria carta foi escrita nesse idioma. Isso fez com que ele fosse internado em um hospício, podendo apenas receber visitas de Olga, sua afilhada, de seu pai e do seu amigo Ricardo.

Segunda parte

Na segunda parte do livro, Policarpo Quaresma, aconselhado por Olga, compra um sítio e muda-se para lá com a sua irmã, dando ao local o nome de “Sossego”. Depois da retirada da cidade, ele descobre mais uma paixão, passando a estudar botânica. Assim, ele percebe que deve aproveitar mais os conhecimentos vindos da natureza e explorar ao máximo a terra brasileira que, na opinião dele, era a melhor do mundo.

Um dia, o tenente Antônio Dutra, um escrivão das redondezas, vai até a casa de Policarpo Quaresma e pede ajuda para organizar a festa de Conceição. Contudo, por ser contra trocas de favores, Policarpo nega auxílio ao escrivão.

Por isso, os políticos da região começam a fazer de tudo para prejudicar o sítio de Quaresma, inventando impostos e taxas e exigindo que o terreno e os arredores do sítio fossem capinados; em caso de descumprimento, ele levaria multas. Portanto, os lucros provindos do sítio se tornam muito baixos.

Esses acontecimentos desanimam Policarpo. Então, ele decide que uma reforma agrária poderia ser a solução. Defendendo essa ação, achava que ajudaria a construir o país no qual sonhava que o Brasil se transformaria. Policarpo Quaresma queria uma mudança no governo nacional.

Terceira parte

Na terceira parte da obra, Policarpo volta para a cidade assim que descobre que está acontecendo uma revolta. Então, entrega um memorial sobre suas experiências com a agricultura para o marechal Floriano, que o chama para ingressar na revolta.

Ele, por sua vez, aceita e é listado como major. Com a revolta e o cenário de guerra, o amigo de PolicarpoRicardo, é considerado um patriota rebelde e é obrigado a ser voluntário recalcitrante no exército.

No decorrer dos atritos, Policarpo se torna uma espécie de líder, chegando a matar um homem em uma troca de tiros. Contudo, arrependido, ele escreve uma carta para sua irmã relatando os sentimentos de culpa e remorso.

Ferido, Policarpo precisa se afastar por um tempo e, quando a revolta termina, é levado para a prisão sem motivo justificável. Lá, ele começa a se questionar como, sendo tão patriota e tão apaixonado pelo seu país, poderia ter um fim assim.

Quando a notícia da prisão chega aos ouvidos de Ricardo, ele tenta salvar o amigo de todas as formas, procura o tenente Albernaz e o coronel Bustamante, mas ambos preferem não interferir. Ele procura Olga que, mesmo contra a vontade de seu marido, vai até a prisão para libertar o padrinho. Chegando lá, ela ouve falarem que Policarpo é traidor e bandido; então, reflete e decide que é melhor deixá-lo morrer, pois ele nunca conseguiria viver sendo chamado de traidor.

A casa, os livros e os seus interesses de dinheiro andavam à matroca. Para ele, nada disso valia, nada disso tinha existência e importância. Eram sombras, aparências; o real eram os inimigos, os inimigos terríveis cujos nomes o seu delírio não chegava a criar. A velha irmã, atarantada, atordoada, sem direção, sem saber que alvitre tomar. Educada em casa sempre com um homem ao lado, o pai, depois o irmão, ela não sabia lidar com o mundo, com negócios, com as autoridades e pessoas influentes. Ao mesmo tempo, na sua inexperiência e ternura de irmã, oscilava entre a crença de que aquilo fosse verdade e a suspeita de que fosse loucura pura e simples.

Se não fosse seu pai (e Olga amava mais por isso o seu rude pai) que se interessava, chamando a si os interesses da família e evitando a demissão de que estava ameaçado, transformando-a em aposentadoria, que seria dele? Como é fácil na vida tudo ruir! Aquele homem pautado, regrado, honesto, com emprego seguro, tinha uma aparência inabalável; entretanto bastou um grãozinho de sandice…

Estava há uns meses no hospício, o seu padrinho, e a irmã não o podia visitar. Era tal o seu abalo de nervos, era tal a emoção ao vê-lo ali naquela meia-prisão, decaído dele mesmo que um ataque se seguia e não podia ser evitado.

Estrutura da obra

O livro O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é dividido em 3 partes de 5 capítulos cada, somando cerca de 120 páginas, a depender da edição. Além disso, o enredo está estruturado de forma linear e narra os fatos em ordem cronológica.

Contexto histórico

As histórias de Policarpo Quaresma se passam durante os primeiros anos do regime republicano, mais precisamente durante o governo de Floriano Peixoto (1891–1894). Mas a obra foi escrita e publicada pelo escritor Lima Barreto em 1911, 20 anos após esse período. Os temas sociais e históricos são muito discutidos pelo autor ao longo do enredo, até porque o personagem principal possui ares de revolucionário e muito engajamento nas causas tidas por ele como nacionais.

Relevância da obra

A obra foi publicada pelo próprio autor, que custeou todo o processo. Apesar disso, foi elogiada pelos críticos e pelos leitores da época, chegando a ficar em destaque na literatura nacional por um bom tempo. Mas o sucesso durou pouco e não salvou a carreira do escritor.

Esses fatos mostram como ele foi discriminado no meio da literatura nacional da época, na qual facilmente escritores conseguiam ser publicados pelas editoras. Muitos críticos dizem que Lima Barreto sofreu preconceito por ser negro. Apesar da escrita poderosa, ele faleceu pobre e sem prestígio, apenas alcançando o reconhecimento anos após a sua morte.

Lima Barreto conseguiu encontrar sua voz literária em O Triste Fim de Policarpo Quaresma, obra considerada um dos marcos do Pré-Modernismo no Brasil. No livro, o autor traz um estilo cheio de ironia e humor ácido muito parecido com a escrita de Machado de Assis.

Notas sobre o autor

Nascido em 1881, na cidade do Rio de Janeiro, Afonso Henriques de Lima Barreto era órfão de mãe e teve uma trajetória brilhante na escola. Quando adulto, trabalhou no Ministério da Guerra e se tornou um grande escritor e jornalista.

Internado em um hospício em seus últimos anos, sofrendo de delírios por não ter atingido o merecido sucesso em sua carreira literária, Lima Barreto morreu no Rio de Janeiro em 1922. Esse escritor injustiçado em nossa literatura publicou 5 romances, diversos contos, ótimas sátiras, muitos artigos e uma boa quantidade de crônicas nos jornais em que trabalhou ao longo de sua vida.

Acordaram cedo. Quaresma não foi logo para o trabalho. Tomou café e esteve conversando com o doutor. O correio chegou e trouxe-lhe um jornal. Rasgou a cinta e leu o título. Era o O Município, órgão local, hebdomadário, filiado ao partido situacionista. O doutor se havia afastado; ele aproveitou a ocasião para ler o jornaleco. Pôs o pince-nez, recostou-se na cadeira de balanço e desdobrou o jornal. Estava na varanda; o terral soprava nos bambus que se inclinavam molemente. Começou a leitura. O artigo de fundo intitulava-se “Intrusos” e consistia em uma tremenda descompostura aos não nascidos no lugar que moravam nele — “verdadeiros estrangeiros que se vinham intrometer na vida particular e política da família curuzuense, perturbando-lhe a paz e a tranqüilidade”. Que diabo queria dizer aquilo? Ia deitar fora o jornaleco, quando lhe pareceu ler seu nome entre versos. Procurou o lugar e deu com estas quadrinhas:

POLÍTICA DE CURUZU
Quaresma, meu bem, Quaresma!
Quaresma do coração!
Deixa as batatas em paz,
Deixa em paz o feijão.
Jeito não tens para isso
Quaresma, meu cocumbi!
Volta à mania antiga
De redigir em tupi.
OLHO VIVO.

O major ficou estuporado. Que vinha ser aquilo? Por quê? Quem era? Não atinava, não achava o motivo e o fundo de semelhante ataque. A irmã aproximara-se acompanhada da afilhada. Quaresma estendeu-lhe o jornal com o braço tremendo: “Lê isto, Adelaide”.

Narrador, foco narrativo e linguagem

O foco narrativo da obra é em 3ª pessoa, ou seja, há um narrador heterodiegético, sendo onisciente e distante dos acontecimentos, sem participar da história.

Esse recurso faz com que o leitor consiga desvendar os sentimentos e os pensamentos de todos os personagens de forma mais sincera e fria. Assim, é possível realizar uma análise psicológica mais precisa dos protagonistas, sem a influência de fatores pessoais.

Contudo, existe uma ressalva neste ponto. Ao longo do enredo, o próprio narrador acaba se envolvendo emocionalmente com Policarpo Quaresma, prejudicando essa imparcialidade nos momentos finais do livro.

A linguagem é mista, pois traz elementos regionalistas, como expressões e gírias do Rio de Janeiro da época, palavras estrangeiras e até mesmo um toque de tupi-guarani. A isso, soma-se a escrita rigorosa de Lima Barreto, repleta de palavras e expressões difíceis e, em alguns casos, fora de uso atualmente. Por isso, pode-se dizer que se trata de uma obra com uma linguagem culta, difícil e diferenciada, incluindo aspectos regionalistas que seriam explorados no Modernismo.

Tempo e espaço

O tempo do enredo é cronológico, ou seja, a narrativa segue de forma linear, fazendo com que o leitor aprenda sobre a sociedade carioca no contexto que gerou a Revolta da Armada, de 1893. A obra começa em 1891 e vai para o seu desfecho em 1894.

Esses foram os primeiros anos do governo republicano de Floriano Peixoto. Essa informação é relevante para caracterizar a obra como um romance de época que faz um retrato social, político e histórico.

O Rio de Janeiro é o espaço da ação do romance. O sítio “Sossego” fica num local denominado Vila Curuzu, que constitui o espaço secundário da obra.

Análise do protagonista

Policarpo Quaresma, também conhecido como Major, é o personagem principal da obra. Inicialmente, era subsecretário no arsenal de guerra; por isso, ele se tornou muito patriota e apaixonado pelo Brasil.

Era visto com muita curiosidade por todos: um homem de baixa estatura e magro, uma figura miúda, porém estudioso e interessado nos assuntos nacionais, menos na política, já que não gostava de se envolver nesse meio.

Policarpo sempre vestia um fraque preto e, mesmo muito respeitado, era tido como louco por suas manias e atitudes desvairadas, principalmente após ter proposto que a língua nacional fosse o tupi-guarani. Participa da rebelião utilizando o codinome Major e acaba na prisão.

Policarpo é uma espécie de Dom Quixote brasileiro, pois, mesmo com seu patriotismo exagerado, com suas manias estranhas e pensamentos loucos, é impossível não sentir empatia pelo personagem e acabar por admirá-lo.

Ele também é considerado o precursor do estilo de personagem regionalista e cheio de sonhos que acaba vivendo momentos de desesperança que foi desenvolvido nas obras modernistas.

Além disso, Policarpo Quaresma carrega consigo os descontentamentos de Lima Barreto, pois ambos sofrem em vida e, coincidentemente ou não, acabam sendo internados em um hospício.

Análise da obra

O Triste Fim de Policarpo Quaresma faz com que fiquemos divididos entre a admiração e a estranheza pelo protagonista. Ao mesmo tempo em notamos sua ingenuidade acerca do mundo e da realidade, nos apaixonamos por Policarpo Quaresma por conta do seu imenso amor pela pátria e pelos estudos. No fim, acabamos compartilhando das suas paixões, preocupações e projetos para o Brasil.

Policarpo Quaresma nunca foi compreendido e nunca se fez compreender, mesmo tendo como missão exaltar o que de melhor havia no Brasil. O autor faz uma intertextualidade com Dom Quixote, afirmando que ambos não viviam na realidade, mas sim na subjetividade de seus projetos e sonhos.

Os 3 grandes sonhos do personagem principal são separados nas 3 partes do livro. Logo, os principais desejos que Policarpo possuía regem a narrativa de sua história.

Na primeira parte, ele começa a aprender violão buscando, nas canções tradicionais brasileiras, nas modinhas de viola e nas músicas populares, uma espécie de resgate cultural nacional que ele próprio tenta fazer por meio da arte, da música.

Outro grande fato ligado à cultura dá-se naquilo que é considerado seu maior ato de loucura: mandar uma carta para o ministro solicitando que a língua oficial do Brasil passe a ser o tupi-guarani. Contudo, isso apenas faz com que ele seja internado em um hospício, fato que finaliza a parte inicial.

Na segunda divisão, o resgate de Policarpo se dá por meio da terra, da natureza, da agricultura. Assim, o personagem decide se mudar para o campo para tirar da terra seu sustento utilizando as maneiras de plantio e preparo que os índios costumavam usar.

Contudo, mais uma vez, Policarpo acaba sendo impedido de realizar seus sonhos por conta da intervenção da realidade. Isso porque, quando se recusa a ajudar na organização de uma festa com cunho político, os envolvidos decidem aumentar os impostos e inventar multas para seu sítio.

Na terceira e última parte, Policarpo busca espalhar seu patriotismo por meio da revolta, pois acreditava que ela serviria para trazer mais liberdade e melhorar a nação, já que, na visão dele, os políticos impediam o progresso do país.

Contudo, durante a guerra, Policarpo acaba matando um homem, algo que ele nunca se achou capaz de fazer e que ia contra tudo aquilo em que acreditava. Aqui percebemos mais uma vez como ele era ingênuo, pois chegou a pensar que poderia participar de uma revolução sem causar mortes.

Sendo punido pela própria consciência, ele é preso e acusado de traição. O patriota Policarpo, que tanto acreditava nas melhorias e nas mudanças, que sempre valorizou a cultura e os costumes brasileiros, morre como traidor da pátria. Antes da conclusão do livro, percebe-se que, durante todo o enredo, Policarpo sonhou com um país que não existia e que nunca existiria, a não ser nos seus sonhos.

Como lhe parecia ilógico com ele mesmo estar ali metido naquele estreito calabouço? Pois ele, o Quaresma plácido, o Quaresma de tão profundos pensamentos patrióticos, merecia aquele triste fim? De que maneira sorrateira o Destino o arrastara até ali, sem que ele pudesse pressentir o seu extravagante propósito, tão aparentemente sem relação com o resto da sua vida? Teria sido ele com os seus atos passados, com as suas ações encadeadas no tempo, que fizera com que aquele velho deus docilmente o trouxesse até à execução de tal desígnio? Ou teriam sido os fatos externos, que venceram a ele, Quaresma, e fizeram-no escravo da sentença da onipotente divindade? Ele não sabia, e, quando teimava em pensar, as duas coisas se baralhavam, se emaranhavam e a conclusão certa e exata lhe fugia.

Não estava ali há muitas horas. Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama; e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-lo à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.

Por que estava preso? Ao certo não sabia; o oficial que o conduzira nada lhe quisera dizer; e, desde que saíra da ilha das Enxadas para a das Cobras, não trocara palavra com ninguém, não vira nenhum conhecido no caminho, nem o próprio Ricardo que lhe podia, com um olhar, com um gesto, trazer sossego às suas dúvidas. Entretanto, ele atribuía a prisão à carta que escrevera ao presidente, protestando contra a cena que presenciara na véspera.

Gostou da nossa análise de O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto? Leia também:

Até a próxima!

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