Internacional
Papa Francisco nomeia seis mulheres para um órgão de supervisão financeira do Vaticano
Pontíficie prometeu maior equilíbrio de gênero nas funções administrativas da cidade-Estado.
O papa Francisco nomeou seis mulheres, incluindo a ex-tesoureira do príncipe Charles, para o Conselho Econômico do Vaticano. As nomeações feitas em um dos escritórios mais importantes da Santa Sé são uma iniciativa para cumprir com as promessas de melhorar o equilíbrio de gênero feitas pelo pontifície, embora os grupos de mulheres tenham reclamado da lentidão nas mudanças.
Outras mulheres já foram nomeadas para cargos no Vaticano. Entre os cargos atualmente ocupados por elas, estão: vice-ministra das Relações Exteriores, diretora dos Museus do Vaticano e vice-diretora da Assessoria de Imprensa do Vaticano; além das quatro assessoras do Sínodo dos Bispos.
Ainda assim, as nomeações desta quinta-feira (6) tornaram-se o momento em que mais mulheres foram nomeadas de uma só vez para cargos no Vaticano.
O Conselho para a Economia, anteriormente composto apenas por homens, tem 15 cadeiras. Um cardeal é o coordenador e os outros 14 postos estão divididos a meio caminho entre membros do clero e leigos.
Após as nomeações, seis dos sete membros do partido leigo serão mulheres: duas britânicas, duas alemãs e duas espanholas, enquanto o único membro masculino é italiano.
Uma das britânicas, Leslie Jane Ferrar, já foi tesoureira do príncipe Charles entre 2015 e 2017 e agora ocupa vários cargos não executivos e administrativos, segundo o Vaticano.
A outra, Ruth May Kelly, foi secretária de Estado da Educação e Transporte e ministra da Mulher e da Igualdade no Governo Trabalhista de 2004-2008. As outras quatro mulheres têm formação acadêmica em negócios e administração.
O Conselho Econômico foi criado em 2014 como um organismo internacional e tem como objetivo fiscalizar o orçamento e regular políticas da Santa Sé. Esta nova formação começará seu trabalho diante da crise sanitária e econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, o que fez com que a uso de reservas e controle de custos fosse intensificado pela cidade-Estado.
Entre avanços e manutenção de um pensamento
Apesar de se apresentar como um dos pontífice mais progressistas que o Vaticano já teve, papa Francisco já criticou de diversas formas o que chamou de “teoria de gênero” e afirmou que ela desmonta valores tradicionais que alimentam a família, que deve ser apenas composta por “homem e mulher”.
Recentemente, o Vaticano publicou um texto com a intenção de ajudar os professores nas escolas católicas a combater o que foi nomeado como “ideologia de gênero”, termo não reconhecido por acadêmicos e que se consolidou no âmbito religioso – que, para a Santa Sé, “nega a diferença natural entre um homem e uma mulher”. O texto intitulado “Ele os criou homem e mulher” reafirma o papel da família composta por um pai e uma mãe.