AGRICULTURA & PECUÁRIA
Estimativa de agosto prevê safra recorde de 251,7 milhões de toneladas em 2020
Produção de soja de 2020 continua batendo recordes, totalizado em agosto estimativa de 121 milhões de toneladas
A estimativa para a safra nacional de grãos, em que já era esperado um recorde, foi elevada mais uma vez em agosto e deve chegar a 251,7 milhões de toneladas em 2020, ficando 4,2% acima da safra de 2019. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto, divulgado hoje (10) pelo IBGE. A expectativa é de que a soja e o café atinjam no ano seus patamares mais altos de produção na série histórica do IBGE.
A produção de soja deve totalizar 121 milhões de toneladas, o que representa aumento de 6,6% em relação à safra do ano anterior. “A escassez de chuvas no Rio Grande do Sul entre dezembro e maio, prejudicou grande parte das áreas produtoras de soja einfluenciou diretamente o rendimento médio do grão, que teve queda de 40,7% na comparação com a média estadual de 2019. Mesmo assim, a produção da leguminosa continua em alta no país, com destaque para o Mato Grosso do Sul, que informou aumento de 7,5%”, comenta Carlos Barradas, analista de Agropecuária do IBGE.
Já para o café, estima-se uma safra de 3,6 milhões de toneladas, sendo 19,4% maior que a do ano passado. “As chuvas foram abundantes nas principais unidades da federação produtoras, devendo o Brasil colher uma excelente safra do café arábica, importante para que mantenha a hegemonia na produção mundial. O dólar valorizado e a boa qualidade da produção neste ano podem possibilitar ao País alavancar as exportações do produto e recuperar mercados importantes”, comenta Carlos Barradas.
O milho não deve bater recorde na série histórica, que foi em 2019, mas está bem perto disso (360 mil toneladas a menos). Em relação à última informação de julho, a estimativa da produção cresceu 0,4%, totalizando 100 milhões de toneladas. Na primeira safra, a produção foi 2,1% maior que a do ano passado. Para a segunda, a estimativa da produção aumentou 0,8% em relação ao mês anterior, embora, na comparação com o ano anterior, apresente declínio de 1,2%.
“Apesar da concorrência pelas áreas disponíveis de plantio com a soja, que normalmente apresenta rentabilidade maior, a demanda crescente pelo cereal manteve os preços em patamares elevados, o que contribuiu para aumentar os investimentos nas lavouras do milho de primeira safra. O aumento nas exportações de carne também contribuiu para alavancar a procura pelo produto, que é o principal componente das rações dos suínos e aves”, ressalta Barradas.
A soja, o milho e o arroz são os três principais produtos da safra nacional de grãos, que, somados, representam 92,3% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Para o arroz, é esperado um acréscimo de 7,2% na produção, totalizando 11milhões de toneladas do cereal.
Cabe destaque ainda para o trigo, cuja estimativa de produção encontra-se 38,0% maior que a do ano passado, totalizando 7,2 milhões de toneladas, embora tenha sido reduzida em 2,1% em relação ao que era esperado no mês anterior. A região Sul deve responder, em 2020, por 90,0% da produção tritícola nacional.