Judiciário
Juiz da 1ª Vara Mista de Piancó desenvolve ferramenta robotizada para autoatendimento
Criatividade aliada à tecnologia para facilitar a vida dos jurisdicionados. Foi com esta premissa que o titular da 1ª Vara Mista da Comarca de Piancó, juiz Pedro Davi Alves de Vasconcelos, desenvolveu uma espécie de central de relacionamento digital. O que isso significa? Na prática, trata-se de uma ferramenta robotizada para autoatendimento, ou seja, quando se entra em contato com a unidade judiciária, o jurisdicionado é imediatamente redirecionado para uma conversa no bate-papo do WhatsApp.
O juiz Pedro Davi explicou como surgiu esta ideia. “Magistrado e servidores, muitas vezes por meio de seus telefones pessoais, são demandados para realizar atendimentos ao mesmo tempo. Com o atendimento remoto e virtual, decorrente do contexto da pandemia do coronavírus (Covid-19), tivemos a ideia de criar uma central de relacionamento eletrônico, cujo atendimento é realizado de maneira virtual, automatizada, por chatboots programados para responder o usuário, filtrando e realizando a triagem das solicitações. A ideia é concentrar tudo em um só canal para termos mais controle, racionalidade, rapidez e transparência nos atendimentos e, por consequência, na prestação jurisdicional”, enfatizou.
De acordo com o magistrado, a ferramenta foi construída durante aproximadamente dois meses. Os atendimentos tiveram início na semana passada. “São realizados os mais diversos atendimentos, a exemplo de agendamento de videoconferência com o magistrado, nos termos regulamentados pelo Tribunal, atendimento pelo Cartório, pagamento de custas, parcelamento de dívidas, etc. As chamadas por videoconferência, por exemplo, são mais práticas, transparentes e o tempo de resposta é muito mais rápido”, argumentou.
O juiz Pedro Davi informou, ainda, que o serviço está disponível para qualquer pessoa. “A expectativa é de racionalizar o atendimento, com mais controle, transparência e rapidez. Toda solicitação é registrada em um sistema de controle interno, em que há um acompanhamento, de maneira que só é arquivada quando finalizada. Temos até uma estatística dos atendimentos realizados, o que nos proporciona um diagnóstico capaz de corrigir eventuais erros estruturais”, explanou.
Tecnologia – O magistrado é grande entusiasta do uso da tecnologia para facilitar o acesso à Justiça, especialmente neste período de isolamento social e consequente trabalho remoto. Uma das iniciativas que o juiz Pedro Davi fez parte recentemente foi o que tornou as audiências 100% digitais em algumas comarcas do Poder Judiciário estadual.
“Penso que a tecnologia não conseguirá substitui o ser humano. Ela consiste numa valiosa ferramenta que nos ajuda a transcender nossos limites, com mais objetividade, racionalidade e eficiência. Viabiliza a superação de obstáculos. O exemplo é o processo eletrônico. Se o Judiciário não tivesse envidado esforços para virtualizar o acervo, hoje, num contexto de pandemia, com certeza não seria possível falar que a ‘Justiça não para’. Ela teria parado. Precisamos, então, utilizá-la para nos auxiliar, para facilitar nosso trabalho”, concluiu.