Saúde
Musicoterapia vira ferramenta básica para neurorreabilitação
As músicas de Mozart e Strauss têm sido usadas para tratar hipertensão. Além disso, ouvir música clássica ativa genes no cérebro.
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Terapia Musical Neurológica
Intervenções terapêuticas baseadas na música – ou musicoterapia – tornaram-se um ingrediente central da neurorreabilitação nos últimos 20 anos, graças a um crescente corpo de conhecimento na área.
A musicoterapia neurológica é o uso clínico e baseado em evidências de intervenções musicais por um profissional credenciado.
Mas a terapia com música pode fazer mais do que isso.
A Dra Catherine Haire e um grupo de especialistas destacam algumas das lacunas críticas em aplicações clínicas da musicoterapia, que incluem cognição pós-AVC, lesão cerebral traumática, autismo e dificuldades de aprendizagem específicas.
As músicas de Mozart e Strauss têm sido usadas para tratar hipertensão. Além disso, ouvir música clássica ativa genes no cérebro.
Teoria e prática da musicoterapia
Pesquisas já na década de 1990 mostraram como estímulos rítmicos musicais podem melhorar a mobilidade em pacientes com acidente vascular cerebral e doença de Parkinson.
Hoje sabemos que as intervenções baseadas na música podem efetivamente tratar uma ampla gama de deficiências nas funções sensório-motoras, de fala e linguagem e cognitivas.
Para mostrar essas novas possibilidades, a equipe coordenou a publicação de uma série de artigos científicos que descrevem os últimos avanços. As publicações estão na revista médica NeuroRehabilitation.
A publicação inclui três estudos sobre o uso da música na reabilitação de lesões cerebrais traumáticas; dois estudos que analisam intervenções baseadas em música em crianças com autismo e dificuldades de aprendizagem, respectivamente; a conexão pouco investigada entre o treinamento motor e os resultados cognitivos na reabilitação de AVC crônico; e um artigo teórico sobre os mecanismos de mudanças neuroplásticas subjacentes às intervenções de terapia musical neurológica bem-sucedidas.
Este último artigo fornece uma primeira compreensão teórica de como a música molda a função cerebral na neurorreabilitação em condições de deficiência.
Caminhos da musicoterapia
“Uma tendência significativa é a passagem de uma abordagem de terapia para uma abordagem de aprendizagem/treinamento, o que permite ao paciente se tornar um participante mais autônomo e independente da terapia. Fornecer aos pacientes dispositivos baseados em música para um treinamento mais independente e mais frequente por meio da tecnologia musical será um novo desenvolvimento importante.
“Os desafios futuros serão desenvolver abordagens e construir tecnologia para integrar a Terapia Musical Neurológica à telessaúde pós-covid-19 para alcançar mais pacientes carentes em todo o mundo, que não têm acesso a serviços de neurorreabilitação amplamente distribuídos. Estamos agora em um ponto onde podemos afirmar clinicamente que o cérebro que se envolve com a música é mudado pelo envolvimento com a música,” disse o professor Michael Thaut, da Universidade de Toronto (Canadá).