ECONOMIA
Câmbio e safra nos EUA pressionam para baixo os preços da soja em maio
O mercado da soja encerra o mês de maio com pressão de baixa. “O câmbio pesou bastante, a gente viu o recuo do dólar frente ao real impactando diretamente nos preços aqui no mercado brasileiro, então no porto de Paranaguá a gente tinha referência de R$ 178 até R$ 180 por saca no início de maior e no fechamento de R$ 170 até R$ 172 por saca”, informa o zootecnista e consultor de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro.
O câmbio e o andamento da safra nos Estado Unidos pressionaram para baixo os preços do grão. “O câmbio e também a situação melhor de avanço dos trabalhos nos EUA com relação a soja, sendo que a média está à frente das últimas cinco temporadas e com projeção de aumento na produção esse ano”, explica.
O ritmo mais lento dos negócios acaba afastando a intenção do vendedor em negociar, o que também limita os grandes recuos nesse momento de baixa. “Para o curto prazo, se o câmbio seguir recuando tem espaço para os preços caírem, caso a situação siga positiva nos EUA, mas sem muito espaço para quedas mais fortes. Isso em função da redução dos estoques aqui no mercado interno, então junho e julho a gente teve seguir ainda com bons volumes embarcados de soja, e isso vai enxugando a oferta interna”, ressalta Ribeiro.
“A previsão é de que quando a safra dos EUA começar a ser colhida, em outubro, novembro, a gente tem uma lacuna no mercado de soja nos EUA e no Brasil, que acaba sazonalmente/historicamente fazendo retomar a sustentação dos preços em julho e agosto”, acrescenta,
Para o curto prazo o mercado deve seguir andando de lado, podendo recuar acompanhando câmbio. “Eu acredito na retomada dos preços mais firmes a partir de julho e agosto, nesse período de menor disponibilidade mundial do grão”, finaliza Ribeiro.