Saúde
Identificado segundo paciente que pode ter-se curado da AIDS
Outra esperança para a cura funcional da AIDS surgiu recentemente com proteínas sintéticas.
Controladores de elite
A equipe da professora Xu Yu, do Instituto Ragon (EUA), acaba identificar um segundo paciente cujo corpo parece ter-se livrado totalmente do HIV sem a aplicação de nenhum tratamento.
Durante a infecção, o HIV coloca cópias do seu genoma no DNA das células, criando o que é conhecido como um reservatório viral. Nesse estado, o vírus efetivamente se esconde dos medicamentos anti-HIV e da resposta imunológica do corpo.
Na maioria das pessoas, novas partículas virais são constantemente feitas nesse reservatório. A terapia antirretroviral (TARV) pode prevenir a produção de novos vírus, mas não consegue eliminar o reservatório, necessitando de tratamento diário para manter o vírus sob controle.
Algumas pessoas, no entanto, agora conhecidas como “controladores de elite”, têm sistemas imunológicos capazes de suprimir o HIV sem a necessidade de medicamentos. Embora ainda tenham reservatórios virais, que podem produzir mais vírus HIV, um tipo de célula imunológica chamada célula T assassina mantém o vírus suprimido sem a necessidade de medicação.
A equipe já havia descoberto a primeira controladora de elite, uma mulher, hoje conhecida como “Paciente São Francisco” no meio científico.
Paciente Esperança
Agora, a professora Yu e seus colegas estão relatando a identificação de um segundo paciente infectado com HIV, mas não-tratado, que não tem genomas de HIV intactos encontrados em mais de 1,19 bilhão de células sanguíneas e 500 milhões de células de tecido sequenciadas – ele está sendo chamado de “Paciente Esperança”.
“Estas descobertas, especialmente com a identificação de um segundo caso, indicam que pode haver um caminho acionável para uma cura esterilizante para pessoas que não são capazes de fazer isso por conta própria,” disse Yu.
Os dados indicam que parece haver uma resposta específica de células T assassinas, comum a ambos os pacientes, abrindo o caminho para que outras pessoas com HIV também possam alcançar a “cura esterilizante”. Se os mecanismos imunológicos que dirigem essa resposta nesses dois pacientes puderem ser compreendidos pelos pesquisadores, eles poderão desenvolver tratamentos que ensinem o sistema imunológico de outros pacientes a imitar essas respostas em casos de infecção pelo HIV.
“Estamos agora olhando para a possibilidade de induzir este tipo de imunidade em pessoas em TARV por meio da vacinação, com o objetivo de educar seus sistemas imunológicos para serem capazes de controlar o vírus sem o TARV,” disse Yu.
Outra esperança para a cura funcional da AIDS surgiu recentemente com proteínas sintéticas.