Segurança Pública
Conheça o treinamento da cavalaria para o desfile do bicentenário da independência
Um dos destaques do desfile são os dragões da independência, o primeiro e maior regimento montado do país
Após um hiato de dois anos, nesta quarta-feira (7), Brasília volta a receber o tradicional desfile cívico de sete de setembro na Esplanada dos Ministérios. Um dos destaques do evento são os dragões da independência – o primeiro e maior regimento de cavalaria do país.
Na obra “Independência ou morte”, o artista Pedro Américo retrata o momento em que Dom Pedro I declarou, duzentos anos atrás, o fim do período colonial no Brasil. A tropa que acompanhava o imperador montada a cavalo – e que também aparece nesse registro histórico – recebeu o nome de Dragões da Independência. O vice-presidente da República e general, Mourão, destaca a importância dessa cavalaria.
“É importante destacar que esse regimento faz parte da história do Brasil, quando Dom Pedro proclamou a independência em seu famoso brado de independência ou morte, as tropas que o escoltavam naquele momento eram pertencentes a esse regimento,” lembra Mourão.
Cavalo número seis
Outro momento importante da história brasileira em que a participação dos dragões foi crucial foi em 1889, na proclamação da República. À época, ao instituir a nova forma de governo, o marechal Deodoro da Fonseca montava um cavalo de pelagem baia, com a numeração seis.
Ainda hoje, o cavalo número seis é um dos símbolos do 1º Regimento de Cavalaria do Exército, que fica localizado em Brasília e tem uma área de dez quilômetros quadrados. A história e a tradição são preservadas de tal forma, que, até hoje, o cavalo do comandante dos dragões tem a mesma pelagem baio que o cavalo do marechal Deodoro da Fonseca. O cavalo número seis e o comandante vão à frente do regimento no desfile de 7 de setembro.
Cuidados
Com uma missão tão importante, o cuidado para manter a saúde e a forma desses animais – que também são considerados como soldados – é intenso e inclui até o acompanhamento em um hospital veterinário de grande porte. Como explica o capitão Alex, chefe da seção veterinária do 1º Regimento de Cavalaria e Guarda (RCG).
“Aqui no regimento, os cavalos são trabalhados todos os dias. São higienizados, fazem o tratamento de condicionamento físico, além disso seguem uma dieta de alimentação saudável. Além do trabalho feito pelos veterinários diariamente,” explica.
No total, o regimento conta com 1.614 militares e 267 cavalos. Entre eles há mestiços de polo, polo argentino e sem raça definida (SRD). A tropa atua em diferentes áreas do regimento. Uma delas é o esquadrão hipo de choque, destinado a operações das forças de segurança. Há também o esquadrão de comando e apoio, um centro hípico e o esquadrão hipo de cerimonial, que participa de solenidades e eventos.
Desfile da Independência
Nesta terça-feira (6), o regimento realizou o último treinamento para o desfile de sete de setembro, em comemoração ao bicentenário da Independência.
“Nesses treinamentos o principal foco é a dessensibilização do cavalo com as distrações externas. Como tem presença do público, com os barulhos, o cavalo precisa ser dessensibilizado. Então fazemos esses treinamentos para que o cavalo possa ignorar esses estímulos”, conclui o veterinário.
Se para quem assiste o sentimento é de orgulho, para quem vai desfilar e ver o público do alto do cavalo, a emoção e a ansiedade são acalentadas pela sensação de dever cumprido, como conta o soldado Pena, integrante do 1 RCG.
“O coração fica alegre, mas ao mesmo tempo, o sentimento de cumprir o dever, que esse é o sentimento aqui de todos os dragões”, conta.