Nacional
Lula e Bolsonaro dizem ser contra aumento do número de ministros no STF
Bolsonaro, que falou em aumentar o número de ministro do STF, recuou após repercussão negativa. Lula afirmou que os indicados têm que ter história e biografia
A proposta para aumentar o número de ministros no Supremo Tribunal Federal (STF), ventilada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e políticos aliados dele, foi tema no primeiro debate entre os dois candidatos que disputam a corrida pelo Palácio do Planalto no segundo turno das eleições de 2022. O encontro, que começou às 20h, acontece em São Paulo e é transmitido por meio de um pool de veículos de comunicação.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou a proposta e lembrou da ditadura militar (1964-1985). “Já tivemos experiência na ditadura de mudar a Suprema Corte. […] Não é democrático um presidente da República querer ter ministros da Suprema Corte como amigos”, disse o petista.
Lula afirmou que os indicados ao STF têm que ter história e biografia. Para ele, mudar a composição seria “um retrocesso que a República brasileira já conhece”.
Já Bolsonaro, que falou sobre o aumento no número dos ministros durante a campanha à reeleição e recuou diante da repercussão negativa, também garantiu que não haverá uma medida desse tipo. “Da minha parte está feito o compromisso, não terá nenhuma proposta”, garantiu Bolsonaro. O presidente, no entanto, afirmou que a proposta de ampliar a corte é endossada pelo PT e foi tentada por “[Dilma Rousseff, do PT]”.
O presidente disse ainda que Lula tem um amigo na corte, o ministro Edson Fachin. “Você só está disputando eleição por obra e graça de um ministro amigo”, afirmou Bolsonaro.
Debate é formado por três blocos
O encontro é realizado pelo Grupo Bandeirantes em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S. Paulo.
As regras foram definidas em comum acordo entre as coordenações das campanhas e os organizadores. O debate tem uma hora e 40 minutos de duração.
No primeiro e terceiro blocos, Lula e Bolsonaro fazem perguntas um ao outro, com direito a réplica e tréplica. No segundo bloco, os candidatos responderão a perguntas dos jornalistas representantes do pool de veículos de comunicação.
Ao contrário de debates anteriores, que reuniram até sete concorrentes, o modelo do segundo turno deixa os adversários mais livres para circular no palco enquanto se pronunciam.