Segurança Pública
Suspeito por mortes de Dom e Bruno é solto após pagar R$ 15 mil de fiança
Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, teve liberdade provisória concedida pela Justiça no último dia 10
Um dos suspeitos de ser o responsáveis pelas mortes do indigenista Bruno da Cunha de Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, ocorridas em junho de 2022, Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, foi solto na manhã de sexta-feira (21) após pagar R$ 15 mil de fiança.
No último dia 10, a Justiça Federal do Amazonas havia concedeu liberdade provisória a Colômbia referente a um processo sobre uso de documentos falsos pelo investigado. Ele continou detido e uma das restrições impostas pelo juiz Fabiano Verli era o pagamento de fiança, além de permanecer em reclusão domiciliar e se apresentar mensalmente à Justiça. O preso também está proibido de deixar a cidade de Manaus e deve usar tornozeleira eletrônica.
O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contrário à concessão da liberdade provisória e entrou com um recurso argumentando que o suspeito deve permanecer preso até que sejam sanadas todas as dúvidas sobre sua identidade. No momento da prisão, ele apresentou à Polícia Federal (PF) documentos de três diferentes nacionalidades – brasileiro, peruano e colombiano – nos quais é identificado como Rubens ou Ruben.
O MPF argumenta que “o requerente, assim que posto em liberdade, não precisa de muito para conseguir se evadir e fugir da aplicação da lei penal brasileira”. A procuradoria também sustenta que o documento brasileiro apresentado por ele à PF “é ideologicamente falso e, com isso, Rubens (ou Ruben), de fato, praticou o crime de uso de documento falso”.
Bruno da Cunha de Araújo Pereira era indigenista e um dos maiores especialistas em indígenas que vivem em isolamento no Brasil. Pereira estava licenciado da Funai e trabalhava como assessor da Univaja. Nascido no Recife, tinha 41 anos e deixou esposa e três filhos.
O jornalista Dom Phillips colaborava com diversos jornais no exterior, como o The New York Times, The Guardian e The Washington Post. Ele realizou diversas viagens para a Amazônia, onde fez reportagens sobre desmatamento e crimes. Ele vivia no Brasil há 15 anos e era casado com uma brasileira.
No dia 5 de junho de 2022, o indigenista e o jornalista desapareceram a poucos quilômetros do Vale do Javari. Entre os dias 17 e 18 daquele mês, a PF confirmou o reconhecimento dos restos mortais pertencentes às vítimas.
Na ocasião da prisão, advogado de defesa de Rubens Villar Coelho, Eduardo Rodrigues, informou que seu cliente não tem envolvimento com as mortes de Dom e Bruno.