Educação & Cultura
Sugestões para planejar melhor as aulas de Matemática
Entenda o que fazer antes de começar e confira ferramentas para auxiliar seu planejamento para os Anos Finais
Olá, professora e professor! Em breve o ano letivo vai iniciar, momento que nos instiga a refletir sobre o planejar com foco no desenvolvimento das aprendizagens dos nossos alunos. Assim, nessa coluna, vamos dialogar um pouco sobre o planejamento das aulas de Matemática nas séries finais do Ensino Fundamental. Vamos lá!
Ao iniciar o ano é indispensável considerar o perfil das turmas para as quais irá lecionar, bem como diversos aspectos que envolvam os alunos, como a cultura, a realidade socioeconômica, aspectos socioemocionais e questões de aprendizagem.
Em especial, esse será o segundo ano letivo após o período pandêmico, fator que proporciona um melhor diagnóstico sobre a recuperação da aprendizagem, ao considerar os vestígios e impactos do período de isolamento.
Outros aspectos que precisam ser considerados são aqueles relacionados à afetividade nas relações no ambiente escolar. Isso engloba o ensino de Matemática numa perspectiva inclusiva ao considerar as dificuldades de aprendizagem, altas habilidades, deficiência intelectual, visual e outras especificidades, tudo com o objetivo de desenvolver e fortalecer uma prática pedagógica com foco na inclusão e diversidade.
O que fazer antes de planejar a aula?
O planejamento é um fator indispensável no processo educativo e é necessário considerar aspectos curriculares, como disposição de conteúdos, plano de ensino, documentos normativos e orientadores.
Além disso, professor, é importante que ao planejar uma aula de Matemática, por exemplo, a mesma seja composta por um início, meio e fim, com objetivo claro do que vai ser estudado, bem como a fixação de proposta de intervenção com foco nas possíveis dificuldades previstas.
Por isso, é preciso ter informações prévias para garantir um bom planejamento. Assim, identifique primeiro o perfil da turma. É interessante ainda fazer o diagnóstico referente ao conhecimento dos alunos para, então, iniciar o roteiro de aprendizagens e planejar a ação!
Planejando uma boa atividade
O material didático da Nova Escola pode ser um apoio importante para você, caro professor. Os planos de aula disponíveis gratuitamente no site são compostos por várias etapas e têm como propósito auxiliar o docente em sua prática de sala de aula, com vista a uma Matemática aberta, criativa e visual.
Ao iniciar os registros de planejamento de aula, é comum o docente considerar se será iniciada a construção de um novo conceito ou a contextualização de um conceito adquirido anteriormente.
Em ambas as situações é fundamental fazer a conexão com o conhecimento que o aluno já possui, uma vez que ele é um ser em construção, tem contato com termos matemáticos dentro e fora da escola, sendo relevante essa consideração, a fim de aproximar a matemática vivida no cotidiano da matemática escolar.
Quando o ato de planejar é feito considerando o material didático da Nova Escola, é bacana entender que há uma liberdade de escolha de acordo com a proposta curricular, conteúdo ou objetivo que o professor deseja trabalhar em determinado momento, onde é permitido a adaptação de acordo com o diagnóstico da turma, de maneira não engessada. Ou seja, é possível adaptar as atividades conforme o desenvolvimento dos estudantes, com vista ao objetivo pré-fixado.
Veja o exemplo deste plano. É um material do tipo conceitual, aquele com propósito de introduzir um novo conceito, tem como atividades o aquecimento, atividade principal, discussão das soluções, sistematização do conceito, encerramento e raio x, referente ao objetivo de aprendizagem de calcular potência com expoente inteiros negativos e as habilidades EF07M11 e EF07MA12 da BNCC.
O segundo plano é referente ao mesmo objetivo de aprendizagem e habilidades do primeiro, porém, é do tipo ampliação, aquele que tem como propósito a conexão entre conceitos conhecidos, com as atividades de retomada, atividade principal, discussão das soluções, encerramento e raio x.
Observe, professor, que tanto o primeiro plano quanto o segundo têm como direcionador o mesmo objetivo de aprendizagem e habilidades, porém com atividades que envolvem contextos diferentes, aspecto que enriquece a prática pedagógica em sala.
É importante frisar que outra estratégia é utilizar o plano com turmas mais avançadas para revisar conteúdo. O segundo plano, por exemplo, tem o propósito de ampliação de conceito, tem como atividade principal um jogo de baralho e mesmo sendo conteúdo de 7º ano, pode ser adaptado para utilização em turmas do 8º e 9º anos, com objetivo de revisão ou para aprimorar o conhecimento já adquirido.
Possibilidades para turmas do 6º ano
Outro exemplo, mas agora quando uma turma de 6º ano é considerada, é a possibilidade de um planejamento com utilização dos planos de aula Nova Escola, onde pode ser utilizado material com atividades que tem como objetivo o desenvolvimento do pensamento matemático relacionado a habilidade de turma anterior, isso com intuito de averiguar e identificar o nível de conhecimento dos alunos para, então, prosseguir com o desenvolvimento da aprendizagem em turma atual, a partir do diagnóstico.
É bem comum nessa etapa- que evidencia a transição das séries iniciais para as séries finais do ensino fundamental – a necessidade de diagnóstico sobre as operações fundamentais, não é mesmo?
Por isso, separei algumas sugestões de planos que possuem objetivo de aprendizagem relacionado à resolução de problemas com ideias de adição, subtração, multiplicação e divisão com números naturais, com o objetivo de ajudar nesse mapeamento:
- – Resolvendo problemas com as quatro operações
- – Problemas envolvendo mais de uma operação com números naturais
- – Multiplicação e Divisão
- – Revisitando as operações de adição e subtração
Identificando o conhecimento dos alunos
Quando o planejamento de aula é feito considerando a possibilidade de utilização do material didático Nova Escola, é possível realizar a utilização do guia de intervenção contido na proposta de cada plano de aula, a fim de identificar o conhecimento dos alunos a partir de uma intervenção nos erros e dificuldades previstas, bem como das reais apresentadas, permitindo sempre um olhar reflexivo sobre esses aspectos.
Por meio da aplicação, nos diversos momentos da aula, é possível identificar o conhecimento dos alunos, uma vez que cada um tem perguntas destinadas ao aluno, onde o foco é aguçar, levar o discente à reflexão, desenvolver o pensamento matemático de maneira orientada a partir do objetivo inicial.
É interessante quando o guia de intervenção é considerado com o objetivo de mediar a aprendizagem sob a ótica das dificuldades e erros apresentados, pois é possível identificar e verificar o conhecimento matemático, bem como a maneira que o aluno construiu um conceito ao longo do tempo, permitindo que o professor utilize mecanismos que incentivem a aprendizagem de maneira positiva, onde os erros são considerados parte do processo.
Dinâmica e combinados para o primeiro dia de aula
Em um primeiro contato com a turma, é bacana que seja feita uma dinâmica com o objetivo de quebrar o gelo e incentivar a interação entre os colegas de classe e o professor.
Uma atividade desse tipo favorece uma relação dialógica, onde há sempre uma comunicação aberta, com respeito às diferenças, com pressupostos da cultura do amor ao mundo e aos homens enfatizados por Paulo Freire, fortalecendo e contribuindo com o desenvolvimento humano e a construção de saberes por meio do ambiente escolar.
É importante também, professor, que nesse início de ano sejam descritos, de maneira clara e objetiva, os combinados, os acordos, regras de sala de aula, a fim de que os momentos de construção do conhecimento sejam cada vez mais agradáveis e favoráveis à evolução de toda a turma e não somente no ambiente escolar, mas também em sociedade.
Aproveito para desejar um excelente ano letivo, que possamos esperançar sempre, contribuindo com a construção do conhecimento, através de princípios fixados no amor e paz, através da Educação! Forte abraço e até próxima!
Rosiane Prates é professora de Matemática das séries finais do Ensino Fundamental, atua há mais de dez anos na rede pública e já integrou o Comitê de Avaliação do Município de Pinheiros (ES). Em 2022, participou da 4ª edição do Mulheres na Ciência e Inovação, programa de formação para pesquisadoras no Brasil realizado pelo Museu do Amanhã e o British Council. Também foi professora-autora no projeto Planos de Aula de Matemática, realizado pela Associação Nova Escola. Além disso, tem participação como voluntária em projetos socioeducacionais e de empreendedorismo. É licenciada em Matemática e Pedagogia, graduada em Administração, especialista em Ensino e Currículo e em Matemática na Prática.