CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Golpes com vírus bancários para celular quase dobraram em 2022
Que os vírus bancários são o principal foco dos cibercriminosos nos golpes contra usuários comuns, todo mundo sabe. Mas agora esse movimento aparece quantificado em números, com 196,4 mil tentativas de ataques usando trojans financeiros registradas ao longo de 2022; o número representa quase o dobro do observado no ano passado e é o maior total desde 2016.
Os dados são da empresa especializada em segurança Kaspersky, que classificou como preocupante o cenário atual em que meios de pagamento e cartões de crédito seguem na mira. Os especialistas destacaram a presença de muitos dos malwares analisados em lojas oficiais de aplicativos, principalmente a Google Play Store, onde aparecem disfarçados de apps utilitários, principalmente.
Uma das pragas mais proeminentes contra o setor, o Sharkbot, se disfarçava como gerenciador de arquivos para obter as permissões necessárias para atuar, se tornando capaz de baixar mais malware e executar a captura de credenciais depois de ser autorizado pelo usuário. A Kaspersky também indica comportamento semelhante de outros malwares conhecidos como BRATA, Ghimob, TwMobo e Xenomorph, todos encontrados ao longo do ano passado na Google Play Store.
Os números se tornam ainda maiores quando se fala em variantes, campanhas diferentes ou instaladores manipulados pelos bandidos para servirem a ataques ou fins específicos. De acordo com a Kaspersky, ao longo do ano passado, seus produtos de segurança detectaram mais de 1,6 milhão de softwares maliciosos desse tipo, todos potencialmente perigosos aos usuários.
O Brasil, ao contrário do que se pode imaginar, não aparece entre os 10 países mais atingidos pelos malwares bancários. Nesse ranking, a primeira posição é da Espanha, com 1,96% dos casos registrados no mundo, seguida da Arábia Saudita e Austrália, praticamente empatados com 1,11% e 1,09%. Turquia (0,99%) e China (0,73%) completam a lista dos territórios com maior volume de golpes.
Os especialistas apontam uma melhoria constante nas funcionalidades dos malwares e também de seus meios de propagação, o que faz com que a proteção se torne cada vez mais difícil. A presença em canais legítimos, por exemplo, se torna um fator que precisa ser levado em conta, com o uso de antivírus, ferramentas de monitoramento e, principalmente, atenção dos usuários na hora de clicar em links e escolher aplicativos para baixar no celular.
Por outro lado, o relatório da Kaspersky traz boas notícias quando se fala no ransomware mobile, com a continuação da redução gradual que vem sendo vista desde 2020. Depois de baterem recorde em 2019, com mais de 68,3 mil detecções, os ataques desse tipo chegam ao final do ano passado com cerca de 10,5 mil, com a China, Yemen e Cazaquistão entre os países mais atingidos.
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