Educação & Cultura
Como avaliar turmas com diferentes níveis de aprendizagem?
Especialista aponta caminhos para diversificar e garantir uma avaliação efetiva de turmas heterogêneas
Cada aluno é único e isso fica evidente na forma como os estudantes aprendem e diante dos variados níveis de conhecimento em uma mesma sala. As turmas heterogêneas sempre exigiram uma atenção específica dos professores. Porém, com a pandemia da covid-19 e o ensino remoto emergencial, esse desafio foi ampliado.
Por isso, entre as inúmeras perguntas que recebemos em nosso canal no Telegram para a coluna Ane Responde, selecionamos uma sobre o tema. Quem responde é Alessandra Novak, licenciada e bacharel em Ciências Biológicas, doutora em Saúde e Meio Ambiente, docente há mais de 20 anos nas redes pública e privada de Santa Catarina em diferentes níveis de ensino. Desde 2016 ela se dedica à profissionalização docente nas áreas de planejamento reverso, metodologias ativas e avaliação. É professora formadora no programa de Especialização Docente (em parceria com a Universidade de Stanford) e integrante do Time de Formadores da Associação NOVA ESCOLA.
Dúvida sobre avaliação de turmas heterogêneas
Uma professora dos Anos Iniciais do Fundamental deixou a seguinte pergunta para a ANE Responde:
Gostaria de saber como alguns professores e coordenadores têm organizado as avaliações no 3º ano, Anos Iniciais, com a diferença de níveis de aprendizagem. Grata!
Garantir a consolidação da alfabetização torna-se a prioridade do trabalho docente nessa etapa. Somando-se a esse desafio, os educadores sentiram na prática as desigualdades no acesso ao ensino remoto. “Sempre tivemos turmas heterogêneas, que se acentuaram no período de retorno após o afastamento das aulas presenciais por conta da pandemia”, avalia Alessandra Novak.
Por isso, ela explica que a organização das avaliações deve fazer parte de um plano mais amplo, que contemple diferentes estratégias, sejam formais ou informais. Para tanto, os professores podem lançar mão do uso de rubricas, por exemplo. Ao trabalhar com esse instrumento no processo avaliativo, o educador pode listar as aprendizagens e habilidades que são esperadas que os estudantes desenvolvam e estabelecer diferentes níveis, como performance máxima, média ou indicar que o aluno não apresentou evidências suficientes.
Alessandra também cita a possibilidade do uso das anotações pessoais (e informais) do professor nos próprios cadernos ou diários. “Podemos também construir portfólios, coletar evidências pelas falas, atitudes… ou seja, temos inúmeras formas, instrumentos de coleta e de registro que podemos usar para acompanhar as aprendizagens das crianças ao longo dos processos”.
No entanto, Alessandra faz um alerta: todos esses recursos só se tornarão efetivos se os professores construírem um planejamento que contemple as aprendizagens que precisam ser alcançadas e com detalhes sobre a forma como as crianças poderão demonstrar o alcance das mesmas.
“Só conseguiremos acompanhar e formar um ‘juízo de valor’ sobre as aprendizagens se tivermos clareza das expectativas de aprendizagens e das formas de evidenciá-las, pois só assim estaremos preparados para ver, ouvir, sentir, registrar as evidências e elaborar e escolher os melhores instrumentos de coleta e registro de cada”, ressalta.
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Nova Escola