Saúde
Projeto de extensão da UFPB sobre uso medicinal da Cannabis está com inscrições abertas para bolsistas voluntários
Os interessados devem registrar interesse pelo Sigaa no período de 25 a 28 de julho
O projeto de extensão “Cannabis Medicinal: A educação é o melhor remédio e pode salvar uma vida”, do Departamento de Fisiologia e Patologia (DFP) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está com inscrições abertas para o preenchimento de 10 vagas para alunos voluntários dos cursos da área da saúde e do direito, com interesse em contribuir para o avanço do conhecimento científico e da utilização terapêutica da Cannabis.
O projeto é uma das ações de pesquisa e extensão do Pex Cannabis, grupo de pesquisadores multidisciplinares, dedicados a investigar e disseminar o conhecimento científico das substâncias terapêuticas presentes nas plantas do gênero Cannabis e que podem ser eficientes no tratamento de muitas doenças graves, tais como autismo, Parkinson, Alzheimer, dor neuropática, depressão, câncer, doenças autoimunes, doenças dermatológicas, dentre outras, e com menores efeitos colaterais e adversos comparados aos medicamentos convencionais.
Os estudantes selecionados serão capacitados por meio de uma base científica robusta, com o que há de mais novo na literatura, para atuar na capacitação de Médicos e demais profissionais de saúde das diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de João Pessoa. O objetivo é capacitar profissionais de saúde do SUS para que adquiram conhecimento técnico e se sintam seguros em lidar com pacientes que precisam da planta, e realizar a prescrição de medicamentos à base da Cannabis.
Para participar do projeto o estudante deve registrar interesse pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) no período de 25 a 28 de julho, e preencher o formulário de inscrição com os dados e interesses que será publicado no Instagram @Pexcannabis.
A carga horária de atuação será de 12 horas semanais, de forma flexível. Os estudantes selecionados também terão a oportunidade de participar de uma seleção interna do Pex Cannabis para o desenvolvimento de pesquisas junto com a professora Katy Gondim.
“Nosso objetivo maior é ajudar as pessoas para que elas tenham acesso a profissionais de saúde que prescrevem esses medicamentos à base de Cannabis. Sabemos que esses profissionais muitas vezes não prescrevem, pois não têm a capacitação técnica. Isso é sanado com o nosso projeto, que leva a capacitação técnica para dentro das unidades, e a partir daí eles se sentem mais seguros em prescrever, e a gente fica muito feliz de contribuir para a melhora da qualidade de vida das pessoas que recebem essa prescrição”, disse a coordenadora do projeto.
Os bolsistas voluntários também vão atuar na confecção de material informativo para serem distribuídos durante as capacitações, como folder, cartilha e materiais educativos sobre a temática tanto na área terapêutica, quanto na área do direito.
Sobre as capacitações
A professora Katy Gondim explica que, com autorização da Secretaria Municipal de Saúde, o projeto realiza uma busca ativa junto às Unidades Básicas de Saúde que desejam receber as atividades.
As capacitações são realizadas através de mesas redondas, minicursos, palestras ministradas pelos extensionistas, previamente capacitados pelos orientadores, por Médicos com experiência em prescrição de produtos à base de Cannabis, por estudiosos em Cannabis no país e por pacientes que já se beneficiaram do tratamento.
Serão trabalhados desde os aspectos históricos a aspectos farmacológicos, farmacocinéticos, cálculo de dose, diferentes tipos de óleos, interação medicamentosa, produtos disponíveis a base de Cannabis, produtos registrados, e mais.
Nesta edição as capacitações também vão abordar os aspectos jurídicos atuais envolvendo essa planta, como: pré-requisitos para os pacientes com prescrição para medicamentos à base de Cannabis ingressarem com ação na justiça, informações legais para pedido de cultivo doméstico, dentre outros temas.
“Isso foi uma demanda que recebemos dos profissionais de saúde, pois muitos entendem a parte terapêutica e ficam com dúvidas se podem prescrever, se correm risco de ter o registro profissional cassado, e como os pacientes que não tem condições de adquirir o medicamento podem entrar na justiça?” explicou Katy Gondim.
O projeto tem o apoio da Liga Canábica da Paraíba, da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (ABRACE), e da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis Sativa (SBEC) e parceria com o Centro de Ciências Médicas (CCM), da UFPB.