Internacional
Incêndios florestais e calor extremo persistem na Grécia
Diversas regiões do sul da Europa e norte da África sofrem com a devastação causada pelas chamas e altas temperaturas. Defesa Civil grega alerta para riscos extremos em 6 das 13 regiões do país
Autoridades da Grécia ordenaram novas evacuações em regiões próximas a duas cidades na região central do país, em meio à forte onda de calor que vem provocando o surgimento de novos focos de incêndio.
Milhares de pessoas foram retiradas das zonas de risco nesta semana nas ilhas turísticas de Rodes, Corfu e Evia, onde as evacuações continuaram durante a noite. Outros países europeus, como Itália, Croácia e Portugal, também enfrentam situações semelhantes.
Na Grécia central, as chamas ameaçavam a zona industrial em Volos e nos arredores de Lamia. A vice-governadora Dorothea Kolindrini disse que os bombeiros trabalham em quatro frentes diferentes que se estendem por dez quilômetros. “Está um inferno aqui”, comentou.
O governo em Atenas informou que o país enfrentou mais de 600 incêndios nos últimos 12 dias. Segundo o serviço meteorológico nacional, as temperaturas devem atingir entre 43º C e 46º C no centro e sul da Grécia.
O Ministério da Defesa Civil alertou para riscos extremos de incêndio em seis das 13 regiões do país nesta quarta-feira. O comissariado da UE para gerenciamento de crises informou nesta quarta-feira que mais de 490 bombeiros e sete aviões foram enviados para regiões diferentes da Grécia, sob os auspícios do mecanismo europeu de proteção civil.
Em Evia, dois pilotos morreram na queda do avião anti-incêndio em que estavam. O corpo de uma terceira vítima foi encontrado. Ao menos 100 bombeiros lutam para conter os incêndios na ilha.
A Grécia está acostumada a lidar com ondas de calor, mas atravessa atualmente uma das mais longas dos últimos anos, segundo especialistas.
O observatório Copernicus da União Europeia (UE) disse que as emissões provenientes dos incêndios florestais na Grécia são as maiores registradas nessa época nos últimos 21 anos.
Cientistas do grupo de estudos meteorológicos World Weather Attribution afirmaram nesta semana que as ondas de calor que atingiram partes da Europa e da América do Norte no mês de julho não poderiam existir sem as ações humanas que causam o aquecimento global.
Calor gera incêndios em vários países
A grave onda de calor na Grécia teve reflexos em grande parte do sul da Europa e do norte da África.
Na Itália, equipes passaram a noite combatendo as chamas na Sicília. Um incêndio próximo ao aeroporto de Palermo fez com que o local tivesse de permanecer fechado para voos durante várias horas. Temperaturas escaldantes continuam a atingir também as regiões da Sardenha e da Calábria, onde diversas evacuações foram realizadas.
No norte do país, duas pessoas, incluindo uma jovem de 16 anos, morreram com a queda de árvores devido a uma violenta tempestade no local onde acampavam.
Em torno de 130 bombeiros lutam contra incêndios florestais próximos à cidade de Dubrovnik, na Croácia. Segundo a imprensa local, o fogo acabou detonando algumas minas terrestres na região.
Na guerra que se sucedeu ao fim da antiga Iugoslávia, nos anos 1990, a pitoresca cidade no Mar Adriático foi sitiada e bombardeada por forças sérvias. Parte dos arredores da cidade até hoje ainda estão minadas.
Em Portugal, mais de 500 bombeiros combatiam incêndios próximos a Lisboa. As chamas próximas à cidade litorânea de Cascais, a 30 quilômetros da capital puderam ser controladas com a ajuda de temperaturas mais baixas.
Na Argélia, 34 pessoas morreram em razão dos incêndios, incluindo dez soldados que trabalhava nas retiradas de civis.
A região mais atingida foi a de Bejaia, densamente coberta por florestas. Os críticos afirmam que os esforços do governo para prevenir incêndios florestais foram insuficientes, após o país atravessar duas temporadas mortais em 2021 e 2022.