Saúde
Biomaterial conserta danos na córnea, dispensando o transplante
O biomaterial injetável é ativado por pulsos de luz azul, reparando a camada externa abobadada do olho, a córnea.
Biomaterial fotoativado
Um biomaterial injetável ativado por pulsos de luz azul de baixa energia mostrou um tremendo potencial para fazer reparos na córnea, a camada externa do olho.
Guiados por um projeto biomimético – inovação inspirada na natureza – os resultados mostraram que o novo material ativado por luz pode ser usado para remodelar e engrossar efetivamente o tecido danificado da córnea, promovendo a cicatrização e a recuperação.
Os biomateriais projetados e testados pela equipe são compostos por peptídeos curtos e polímeros naturais, chamados glicosaminoglicanos. Na forma de um líquido viscoso, o material é injetado no tecido da córnea a partir de uma pequena “bolsa” criada cirurgicamente.
A seguir vêm os disparos de pulsos de luz azul de baixa energia, que fazem com que o hidrogel endureça e se transforme em uma estrutura 3D semelhante a um tecido em minutos. O material então se torna transparente, com propriedades semelhantes às da córnea.
Estes primeiros testes foram realizados em ratos de laboratório, e a seguir serão repetidos em coelhos e depois em animais maiores, eventualmente chegando aos testes em humanos, caso todas as etapas mostrem os mesmos bons resultados apresentados agora.
Doenças da córnea
A córnea é a superfície protetora do olho, de formato hemisférico, situada na frente da íris e da pupila. Ela controla e direciona os raios de luz para o olho e ajuda a obter uma visão clara. Normalmente a córnea é transparente, mas lesões ou infecções resultam em cicatrizes que atrapalham a visão.
Dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de doenças da córnea, e apenas uma pequena fração é elegível para um transplante. As operações de transplante são o padrão-ouro atual para doenças que resultam em afinamento da córnea, como o ceratocone, uma doença ocular ainda mal compreendida pela ciência, que resulta em perda de visão para muitas pessoas.
“Nossa tecnologia é um salto no campo do reparo da córnea. Estamos confiantes de que ela pode se tornar uma solução prática para tratar pacientes que vivem com doenças que afetam negativamente a forma e a geometria da córnea, incluindo o ceratocone,” disse o Dr. Emilio Alarcon, da Universidade de Ottawa (Canadá).