Internacional
Na ONU, chefe da diplomacia de Moçambique debateu crimes e emergências
Autoridades estão preocupadas com novos crimes aliados ao terrorismo; Verónica Macamo relatou caso do país lidando com vulnerabilidade a eventos extremos e conhecimentos adquiridos na gestão de fundos internacionais de auxílio
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verônica Macamo, participou em sessões do Conselho de Segurança e do Escritório dos Assistência Humanitária, Ocha, realizadas na sede das Nações Unidas.
Sobre o debate do Conselho que nesta quinta-feira enfatizou a situação do crime organizado transnacional, a chefe da diplomacia moçambicana disse que o terrorismo se junta a novos crimes que carecem de medidas urgentes.
Casos de homicídio
A ministra destacou ainda a adoção de instrumentos jurídicos tendo como alvo apertar o cerco contra criminosos ligados à lavagem de dinheiro e a um nível de homicídios que considerou fora do comum em Moçambique.
“Os terroristas são alimentados por algum dinheiro que vem de algum sítio. E nós pensamos que o branqueamento de capitais pode ser também uma janela que é utilizada. Mas também estamos preocupados com o combate ao tráfico de armas, com o tráfico de seres humanos e com o tráfico de drogas. É uma série de elementos que estamos a combater. Estamos preocupados, por exemplo, com os crimes que aparecem nos últimos tempos, como os sequestros.”
Na quarta-feira, Verónica Macamo disse que é preciso garantir infraestruturas básicas para proteger populações que após eventos extremos devem retornar às zonas de origem.
Moçambique teve cerca de 300 mortes este ano após a passagem do ciclone tropical Freddy por duas vezes em duas semanas. O Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf, contribuiu para apoiar ações de salvamento e recuperação.
Lista de mais de 110 países e territórios
A iniciativa emergencial inclui o país na lista de mais de 110 nações e territórios que recebem auxílio internacional.
“Não é só um problema de Moçambique, mas é uma questão global. Moçambique tem uma localização geográfica que lhe faz passar por situações de mudanças climáticas, sobretudo cheias, secas e de grande magnitude como ciclones. Não nos deixam em paz. Neste momento, temos tomado várias medidas. Temos um plano diretor de redução do risco que está a ser finalizado, temos o plano de proteção de financiamento, o fundo de diminuição de desastres e uma estratégia de informação”.
Macamo mencionou as vulnerabilidades e conhecimentos do país no evento de doadores que culminou com a promessa de mais de US$ 419 milhões para o auxílio a crises ao nível global em 2024.