ECONOMIA
Endividamento e renda fixa mais atrativa explicam 3º ano seguido de queda na poupança, dizem especialistas
Caderneta registrou em 2023 saque de R$ 87,8 bilhões — terceiro ano seguido em que a poupança perdeu volume
Especialistas consultados afirmaram que o crescente endividamento da população e a maior atratividade dos demais ativos de renda fixa — visto o patamar elevado das taxas de juros — explicam as queda consecutiva no saldo da caderneta de poupança do país.
Dados do Banco Central (BC) mostram que, no ano passado, a poupança teve saque líquido de R$ 87,8 bilhões. Foi o terceiro ano seguido em que a poupança perdeu volume: em 2021 o saque foi de R$ 35,4 bilhões, e em 2022, de R$ 103,2 bilhões.
Para Alexandre Ripamonti, professor de economia e finanças da ESPM, dados sobre endividamento ajudam a elucidar o movimento. Pesquisa divulgada em dezembro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em dezembro indica que o endividamento atinge 76,6% das famílias brasileiras.
“Se o brasileiro vai se endividando, ele tem de pagar essas contas. Com isso, tem de sacar sua poupança”.