Saúde
Olhos viram janela para estudar a saúde do fígado
“Esta é uma abordagem única que abre novas oportunidades para estudar o papel do fígado em doenças metabólicas como obesidade, diabete tipo 2 e doença hepática gordurosa
Janela para o fígado
Já sabemos que os olhos são uma janela para o coração, que os olhos podem indicar risco de AVC e, no aspecto mais psicológico, que seu sim e seu não estão nos seus olhos e que olhos nos olhos reduzem a chance de ouvir uma mentira.
Agora, pesquisadores suecos descobriram que os olhos também podem ser transformados em uma janela para o fígado, o que poderá facilitar muito as pesquisas sobre as doenças hepáticas, ainda pouco compreendidas.
Francesca Barcelo e colegas do Instituto Karolinska desenvolveram um método para estudar o funcionamento do fígado e as doenças hepáticas sem a necessidade de ficar mexendo no próprio órgão, o que atrapalha as observações e os testes de medicamentos, por exemplo. Para monitorar um transplante de células do fígado, por exemplo, basta examinar a córnea.
Os pesquisadores demonstraram isto transplantando pequenas culturas de células 3D de células do fígado, conhecidas como esferoides, na câmara anterior do olho. A córnea do olho é então usada como uma janela para o corpo, dando informações sobre alterações no fígado durante toda a vida do animal.
As células do fígado fixam-se à íris do olho e recebem vasos sanguíneos e nervos necessários ao seu funcionamento e sobrevivência. Elas também mantêm as características típicas do fígado e parecem refletir a saúde do fígado do animal. Por exemplo, os esferoides no olho armazenam gordura de forma semelhante ao fígado quando o animal é alimentado com uma dieta rica em gordura, o que significa que o implante pode atuar como um marcador para a doença hepática gordurosa.
“Esta é uma abordagem única que abre novas oportunidades para estudar o papel do fígado em doenças metabólicas como obesidade, diabetes tipo 2 e doença hepática gordurosa,” disse o professor Noah Moruzzi. “Para parar ou retardar a progressão da doença, precisamos identificar os mecanismos precoces da doença, mas anteriormente era difícil estudar o fígado sem utilizar métodos invasivos.”