ECONOMIA
Ibovespa hoje: Bolsa fecha março em queda, mas busca recuperação na última sessão
A alta foi impulsionada pela Petrobras (PETR3 e PETR4), ação com peso relevante no índice, e petroleiras em razão do avanço do petróleo
O Ibovespa, principal índice da Bolsa, encerrou a última sessão de março em alta de 0,33% impulsionada pela Petrobras (PETR3 e PETR4), ação com peso relevante no índice, e petroleiras em razão do avanço do petróleo. A Marfrig (MRFG3) também ajudou no movimento positivo do índice.
Com a alta de hoje, o índice encerrou o mês aos 128.106,10 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,8 bilhões.
Na semana, o índice fechou em alta de 0,85%. Em março, a queda foi de 0,71%, segundo mês do ano no negativo, só perdeu para janeiro (-4,79%). E, o trimestre registrou recuo de 4,53%.
A B3 não funcionará amanhã (29) por conta do feriado da Semana Santa.
Recuperação puxada pela Petrobras e petróleo
Os ganhos foram impulsionados principalmente pelo desempenho positivo das ações da Petrobras, que avançaram 2,46% (ON) e 2,22% (PN), alinhadas com a valorização do petróleo no exterior, em torno de 2%.
Entretanto, as perdas acumuladas ao longo do mês persistiram, influenciadas pelos receios em relação à interferência do governo na Petrobras. No mês, as ações da estatal registraram quedas significativas, contribuindo para uma baixa de 0,71% no índice em março. Esses temores também afetaram negativamente outras empresas, como a Vale (VALE3), que recuou 5,13% no período.
Primeiro trimestre desafiador
O Ibovespa encerra o primeiro trimestre com uma perda acumulada de 4,53%, a maior desde o mesmo período do ano anterior. Essa queda é atribuída às expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, adote uma postura mais cautelosa em relação aos cortes de juros, bem como à incerteza fiscal interna.
Inicialmente, o mercado aguardava cortes nos juros pelo Fed já em março, porém, ao longo dos meses, essas expectativas foram frustradas, levando a uma revisão das projeções para cortes mais moderados, com previsão de início em junho e uma redução total de 0,75 ponto percentual.
Análise de especialistas
Em entrevista ao Estadão, Rodrigo Moliterno, sócio-fundador da Veedha Investimentos, destacou que a incerteza fiscal interna também contribuiu para o desempenho desfavorável da Bolsa brasileira. A continuidade dos aumentos de gastos do governo nos últimos meses gerou desconfiança no mercado, afetando a competitividade do Brasil na disputa por recursos.
Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos, disse que a Bolsa sobe na sessão de hoje “com evolução de Petrobras [com a alta do petróleo] e Marfrig — que saltou por conta dos resultados no quarto trimestre de 2023 —, os investidores estão voltando a ter apetite ao risco em relação às ações tendo em vista uma curva de juros refletindo uma maior exposição em renda variável”.
Desempenho das ações
Além da Petrobras, outras empresas registraram movimentos significativos no último pregão. Destaques positivos foram Marfrig ON (+12,80%) e Casas Bahia ON (+7,96%), impulsionadas por resultados financeiros favoráveis. Na ponta negativa, destacam-se Azul ON (-7,65%), CVC ON (-4,29%), Braskem PNA (-3,72%) e LWSA ON (-2,83%).
Expectativas e cautela para o próximo trimestre
A oscilação contida do índice na última sessão reflete a cautela típica do fim de trimestre, com expectativas em relação à divulgação do PCE americano, medida de inflação preferida do Fed, e uma coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell.