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Fracasso do Ato do 1º de maio da Esquerda: Lula cobra ministro e diz que convocação foi inadequada
Por: Roberto Tomé
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou críticas durante sua participação no ato unificado com centrais sindicais realizado no dia 1º de maio, Dia Internacional do Trabalho. Em um discurso contundente, Lula apontou falhas na convocação do evento, destacando que o mesmo foi “mal convocado”.
Durante sua fala no palanque montado no estacionamento da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo, o líder petista não hesitou em cobrar o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, pela suposta falta de esforço na mobilização para o ato. Lula revelou ter conversado com Macêdo sobre a questão, enfatizando que não foi feito o “esforço necessário” para atrair o público esperado.
VÍDEO O LULA RECLAMA DO FRACASSO DO ATO
“Vocês sabem que ontem eu conversei com ele [Márcio Macêdo] sobre esse ato e disse para ele: ‘Ô Márcio, o ato está mal convocado’. O ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, declarou Lula.
O presidente ainda fez questão de elogiar publicamente alguns de seus ministros presentes no evento, porém, com exceção de Macêdo e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Esta atitude, evidenciada durante o discurso, chamou a atenção para a insatisfação de Lula com o número de participantes do ato.
ASSISTAM NA ÍNTEGRA O FRACASSO DO ATO DO LULA
Entre os ministros elogiados estavam Paulo Pimenta, responsável pela Secretaria de Comunicação Social, e Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que foi destacado por realizar um “trabalho extraordinário”. Alckmin até mesmo utilizou um boné com o símbolo da CUT (Central Única dos Trabalhadores), demonstrando seu apoio às causas trabalhistas.
Apesar das críticas e do suposto fracasso na convocação, o evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol-SP), e líderes sindicais como Juruna, Ricardo Patah e Sérgio Nobre. Durante o evento, as centrais sindicais aproveitaram para criticar o Banco Central e convocar os trabalhadores a votarem por congressistas menos conservadores nas próximas eleições.
Organizado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical, o ato do 1º de maio revelou, além das reivindicações trabalhistas, as tensões políticas e estratégicas que permeiam o cenário da esquerda brasileira.