Internacional
Uruguai manifesta interesse em reaver territórios contestados com o Brasil: disputa diplomática intensifica-se
O Uruguai lançou um desafio diplomático ao Brasil ao expressar seu interesse em reaver territórios que considera seus por direitos históricos. Entre os locais reivindicados estão o povoado gaúcho de Tomás Albornoz e uma pequena ilha fluvial na foz do rio Quaraí, conhecida como Ilha Brasileira. Esta disputa fronteiriça, que remonta a interpretações divergentes de tratados históricos, destaca tensões sobre soberania territorial entre os dois países sul-americanos.
Os alicerces dessa contenda foram lançados no século XIX com o Tratado de 1851, que delimitou as fronteiras entre Brasil e Uruguai. Contudo, as águas começaram a ficar turvas em 1930, quando o Uruguai começou a questionar a validade desse pacto. O interesse renovado do Uruguai em reaver esses territórios tem suas raízes em interpretações contraditórias deste tratado histórico, alimentando uma polêmica de longa data.
A Ilha Brasileira, localizada na foz do rio Quaraí, emerge como um ponto central dessa contenda. Embora atualmente desabitada, a ilha já foi lar do fazendeiro José Jorge Daniel até 2011. O Uruguai argumenta que mudanças geográficas ao longo dos anos alteraram a localização da ilha desde o tratado de 1851, o que, segundo sua visão, deveria transferir a soberania para o Uruguai.
No entanto, a disputa tem sido predominantemente contida em conversas diplomáticas, sem escaladas para conflitos maiores. O Brasil, por meio de pronunciamentos do Itamaraty, mantém que os termos do tratado de 1851 ainda são válidos e não considera a questão como parte das discussões bilaterais atuais com o Uruguai. A posição brasileira é firme ao afirmar que os territórios em questão são indiscutivelmente parte do Brasil, refletindo o respeito aos acordos históricos firmados entre as duas nações.
Enquanto o Uruguai sustenta suas reivindicações com argumentos históricos e geográficos, o Brasil permanece irredutível em sua posição ancorada no tratado de 1851. Esta questão, embora restrita a discussões diplomáticas até o momento, sublinha a complexidade das relações entre nações vizinhas e a vital importância da diplomacia na resolução de disputas territoriais.