Geadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina: Confira imagens e entenda o fenômeno

Nos últimos dias, temperaturas muito baixas têm sido registradas em todo o Rio Grande do Sul e Santa Catarina graças ao avanço de uma massa de ar muito frio por ambos os Estados. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) ainda possui um aviso de geada para o Rio Grande do Sul, com risco de perda de plantações durante esta madrugada de quinta-feira (16).

Geadas são classificadas em fraca (temperatura do ar no abrigo meteorológico está entre 3 e 5°C); moderada (entre 1 e 3°C) e forte (igual ou inferior a 0°C). Isso ocorre porque, mesmo com temperaturas positivas no abrigo, as temperaturas no solo podem estar chegando a valores negativos.

Neste cenário, muitos municípios já registraram temperaturas mínimas abaixo dos 3°C nesta quarta-feira (15), configurando geadas moderadas. Confira as menores temperaturas registradas pelo INMET:

• Quaraí (RS): 0,2°C
• São José dos Ausentes (RS): 0,8°C
• Bom Jesus (RS): 1,2°C
• Bom Jardim da Serra (SC): 1,6°C
• São Joaquim (SC): 1,6°C

Previsões indicam que, embora a possibilidade de geada caia bastante nos próximos dias, temperaturas mínimas abaixo dos 10°C continuarão sendo registradas durante o fim de semana em praticamente todo o Rio Grande do Sul e também na serra Catarinense, durante a madrugada e início da manhã.

O que é geada é porque ela se forma?

Na Meteorologia, geada é definida como a formação de gelo sobre plantas e objetos expostos ao ar livre. Ocorre quando a temperatura atinge valores abaixo de 0°C e há umidade na atmosfera. No entanto, mesmo com a formação de gelo sobre as plantas, os tecidos vegetais podem não ser danificados se estiverem em repouso vegetativo.

Já na Agronomia, geada é definida como um fenômeno atmosférico que pode causar a morte das plantas ou de suas partes devido à baixa temperatura do ar, resultando no congelamento dos tecidos vegetais, independentemente da formação de gelo sobre as plantas.

A suscetibilidade das culturas agrícolas à geada varia segundo a espécie e o estágio fenológico das plantas no momento do evento. Para espécies menos resistentes, como a bananeira, o mamoeiro e o arroz, a temperatura crítica mínima está em torno de -2°C. Para espécies mais resistentes, como o cafeeiro, a cana-de-açúcar e os citros, é de aproximadamente -4°C. Geralmente, danos mais graves ocorrem apenas com temperaturas abaixo desses limites.

Existem dois tipos de geada: A branca e a negra. A geada branca não prejudica culturas mais tolerantes, pois sua temperatura letal pode estar bem abaixo de 0ºC, apesar da água congelar a essa temperatura.

Já durante um episódio de geada negra, as plantas morrem antes que o orvalho se forme e congele. Em alguns casos, mesmo com a temperatura do ar ligeiramente acima de 0°C, a combinação de vento forte e baixa umidade pode desidratar os tecidos vegetais, levando à morte das plantas.

A formação de geada geralmente ocorre sob algumas condições específicas:

1. Noite de céu claro: A ausência de nebulosidade permite que a temperatura caia até 7ºC em 12 horas devido à perda radiativa.
2. Massas de ar frio (advecção térmica negativa): Quando ocorre advecção térmica negativa combinada com perda radiativa, a queda de temperatura pode superar os 12ºC em 12 horas.
3. Temperatura da relva mais baixa: Em noites de céu claro, a temperatura da relva geralmente é cerca de 4ºC mais baixa do que a temperatura medida no abrigo meteorológico, situado aproximadamente 1,5 metros acima da superfície. Assim, se a temperatura do ar estiver próxima de 4ºC, as condições para a formação de geada já estão presentes.
4. Vento calmo: Noites com céu claro favorecem a formação de geada branca.
5. Regiões montanhosas ou áreas relativamente elevadas: Essas áreas são mais propensas à formação de geada devido à sua altitude.
6. Depressões (Vales) em regiões montanhosas: Nestas áreas, “lagos” de ar frio se formam devido ao acúmulo de ar que desce pelas encostas vizinhas, facilitando a formação de geada.

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