ECONOMIA
Promessas e realidades no (Des) governo Lula
Por Roberto Tomé
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua campanha presidencial, fez diversas promessas que captaram a atenção e a esperança do eleitorado brasileiro. Entre essas promessas, destacou-se a redução de impostos e a promessa de que a população voltaria a consumir itens que simbolizam um padrão de vida mais confortável, como picanha e cerveja. No entanto, ao longo do seu mandato, a realidade econômica e política têm apresentado desafios significativos que colocam à prova essas promessas.
Nesta segunda-feira, 8 de julho, a Petrobras anunciou um aumento no preço da gasolina, que passará a custar R$ 0,20 a mais por litro a partir de terça-feira, 9 de julho. Este reajuste de 7,12% eleva o preço de venda da gasolina á para as distribuidoras para R$ 3,01 por litro. É importante notar que este é o primeiro reajuste de 2024, sendo o último em outubro de 2023, quando houve uma redução de 4%. O reajuste anterior, no entanto, ocorreu em agosto de 2023, com um aumento de 16%.
O impacto direto no consumidor final será um aumento estimado de R$ 0,15 por litro de gasolina, considerando a mistura de 27% de etanol. No entanto, o preço final nos postos de combustíveis pode variar significativamente devido a diversos fatores, incluindo margens de lucro dos comerciantes e distribuidoras, além dos custos de transporte. Isso significa que os consumidores poderão observar variações de preço em diferentes localidades e estabelecimentos.
Além do reajuste da gasolina, a Petrobras também anunciou um aumento no preço do gás de cozinha (GLP). O preço do botijão de 13 kg subirá R$ 3,10, um reajuste de 9,81%, passando a custar R$ 34,70. O último ajuste no preço do gás de cozinha havia ocorrido em julho de 2023, com uma redução de 3,9%. O aumento anterior foi registrado em março de 2022, com um reajuste significativo de 24,9%.
Esses aumentos nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha refletem os desafios enfrentados pelo governo Lula em equilibrar as contas públicas e atender às expectativas do eleitorado. O retorno de impostos que haviam sido extintos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e o aumento nos gastos do governo, inclusive com viagens, têm contribuído para um cenário de déficit público considerável.
A gestão econômica de um país envolve decisões complexas e muitas vezes impopulares, especialmente em um contexto global de instabilidade econômica e variações nos preços de commodities. O governo Lula, portanto, enfrenta a difícil tarefa de alinhar suas promessas de campanha com as realidades econômicas e as necessidades de ajustes fiscais.
O cenário atual demonstra a complexidade e os desafios de governar um país com dimensões continentais e uma população diversa como o Brasil. As promessas de campanha, embora bem-intencionadas, encontram obstáculos na execução prática, especialmente em um ambiente econômico volátil. O aumento nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha são reflexos dessas dificuldades, e a gestão cuidadosa das expectativas e da realidade econômica será crucial para o governo Lula nos próximos anos.