Politíca
Autor de ação que abortou reunião do PSOL aponta interferência de Ricardo Coutinho nas decisões do partido
O cenário político em João Pessoa ganhou novo nuances com a ação de Alexandre Soares, pré-candidato a vereador, que resultou na suspensão de uma reunião do PSOL na última segunda-feira, dia 15. A reunião tinha como objetivo definir a posição do partido para as eleições municipais deste ano. A interferência do ex-governador Ricardo Coutinho foi apontada como um fator significativo nessa tomada de decisão, levantando questões sobre a autonomia e a democracia interna do partido.
Alexandre Soares ingressou com uma ação na justiça que culminou na suspensão da reunião do PSOL. Em entrevista, ele afirmou que a interferência de Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba, foi determinante para essa movimentação dentro do partido. “Quis fazer com a gente em 2020 e agora quer fazer novamente”, declarou Alexandre, sugerindo que essa influência externa poderia comprometer a imparcialidade das decisões partidárias.
Alexandre Soares defendeu que a decisão do partido sobre as eleições deveria ser tomada por meio de plenárias, permitindo a participação de todos os filiados. Segundo ele, essa abordagem garantiria uma decisão mais democrática e representativa. “Não sei por que a Executiva Municipal do partido teme tanto a realização dessa plenária?”, questionou Soares, criticando a falta de transparência e inclusão no processo decisório.
O pré-candidato foi enfático ao afirmar que o PSOL não deveria ficar a reboque de outros partidos, como o apoio à candidatura de Luciano Cartaxo, ex-prefeito de João Pessoa. Ele destacou que qualquer apoio deveria ser precedido de uma discussão conjunta sobre a carta-programa e as propostas de governo. “O PSOL não vai ficar a reboque de nenhum partido”, finalizou Alexandre, reiterando a necessidade de uma abordagem mais colaborativa e participativa dentro do partido.
A ação de Alexandre Soares e suas declarações provocaram reações variadas entre os membros do PSOL e outros atores políticos de João Pessoa. A suspensão da reunião revisitou debates sobre a independência do partido e a influência de figuras políticas tradicionais em suas decisões internas. A situação também levantou questões sobre a governança democrática e a necessidade de processos mais transparentes e inclusivos nas decisões partidárias.
Ricardo Coutinho, figura central na política paraibana, tem um histórico de influência e poder que se estende além de seu mandato como governador. Sua suposta interferência no PSOL levanta questões sobre o papel de líderes políticos na moldagem de partidos menores e suas agendas. Essa dinâmica de poder é vista por alguns como uma ameaça à autonomia dos partidos e à integridade dos processos democráticos internos.
As ações de Alexandre Soares para suspender a reunião do PSOL e suas acusações de interferência externa trazem à tona questões críticas sobre a democracia interna dos partidos e a influência de figuras políticas estabelecidas. Com a aproximação das eleições, o desdobramento dessa situação poderá ter impactos significativos na dinâmica política de João Pessoa, afetando alianças, estratégias e a própria percepção pública do PSOL e de seus líderes. A transparência e a participação ativa dos filiados serão essenciais para fortalecer a democracia interna e garantir decisões que reflitam verdadeiramente os interesses e valores do partido.