Nacional
Lula, sócio majoritário da tragédia venezuelana
A tragédia política da Venezuela, consumada na madrugada da última segunda-feira, 29, com o anúncio da vitória fraudulenta de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais, tem sócios majoritários aqui no Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim e outras lideranças petistas que, ao longo dos anos, apoiaram o regime bolivariano.
Desde os primeiros mandatos de Lula, iniciados em 2003, o apoio brasileiro ao regime venezuelano foi explícito. Hugo Chávez, precursor de Maduro, recebeu suporte incondicional de Lula, mesmo diante das crescentes evidências de autoritarismo. Esse apoio persistiu e se intensificou com Maduro, que continuou a perpetuar práticas ditatoriais, como a prisão e tortura de opositores.
No momento em que escrevo, ainda não há uma manifestação oficial do governo brasileiro sobre a votação. Segundo o UOL, o Planalto decidiu “aguardar que as atas da eleição sejam disponibilizadas” e solicitou aos observadores da ONU e do Carter Center que verifiquem os relatos de problemas na apuração. Há inúmeros relatos de que agentes de Maduro cercearam o acesso da oposição aos boletins de votação, entre outras arbitrariedades.
A consulta a observadores internacionais parece ineficaz diante da situação. Celso Amorim, que recentemente visitou a Venezuela, não trouxe esclarecimentos concretos. Lula parece ganhar tempo, sem apresentar soluções definitivas.
As alternativas do Brasil são limitadas. Reconhecer os resultados forjados por Maduro significaria conceder-lhe carta-branca para reprimir a oposição, que certamente não se calará. A diplomacia lulista, já questionável, enfrentaria custos de imagem elevados se optasse por essa via. Uma alternativa poderia ser a tentativa de mediar um acordo político na Venezuela, incluindo a participação da oposição no governo de Maduro. No entanto, essa possibilidade parece remota.
Independentemente das ações futuras, o apoio histórico do Brasil ao regime bolivariano não será esquecido. Desde o início do autoritarismo bolivariano, o Brasil, sob liderança de Lula, teve inúmeras oportunidades de influenciar positivamente a Venezuela. No entanto, escolheu apoiar Chávez e Maduro, contribuindo para a deterioração da democracia venezuelana.
A situação na Venezuela é sombria. Maduro, enfrentando oposição interna e pressão internacional, continuará a reprimir dissidentes para manter o poder. Lula, por sua vez, deve ser responsabilizado pela sua cumplicidade na tragédia venezuelana, que deixou o país em uma situação crítica de miséria e opressão.
O futuro da Venezuela depende de mudanças significativas tanto internas quanto externas. A comunidade internacional, incluindo o Brasil, deve tomar medidas concretas para apoiar a restauração da democracia e dos direitos humanos no país.