Saúde
Veia em um chip permitirá estudos melhores do que usando animais
O chip transparente permite observar o vaso sanguíneo em condições dinâmicas, o que não é possível usando um animal vivo
Vaso sanguíneo em um chip
Uma veia artificial controlável é o mais recente acréscimo a uma classe de tecnologias conhecidas como “órgãos em um chip”.
Pesquisadores desenvolveram um vaso sanguíneo em um chip para estudar doenças cardíacas, o que pode mudar o futuro do desenvolvimento de medicamentos, reduzindo a dependência de testes em animais – os testes de novos medicamentos para tratar doenças cardíacas em animais poderão ser feitos no chip transparente, antes de prosseguir para os ensaios clínicos em seres humanos.
O dispositivo imita danos nos vasos sanguíneos devido ao alto fluxo sanguíneo e à inflamação, o primeiro estágio que leva ao desenvolvimento de doenças cardíacas. O chip permite uma compreensão mais precisa e detalhada de como e por que ocorrem bloqueios em locais específicos dos vasos sanguíneos.
“Este é um desenvolvimento incrível porque tiramos proveito do fato de que esses microchips são feitos de um material transparente e imitamos as condições da artéria coronária, que fornece sangue ao músculo cardíaco, e então as fotografamos com um microscópio para mapear as áreas de danos celulares, que são semelhantes aos locais de bloqueios em pacientes com doenças cardíacas,” disse a professora associada Anna Waterhouse, da Universidade de Sydney (Austrália).
“Se usarmos um modelo animal, não seremos capazes de ver mudanças neste nível de detalhe em um organismo vivo porque não podemos ver através dos vasos,” complementou a pesquisadora.
Além disso, embora camundongos e outras cobaias tenham semelhanças com a biologia humana, o vaso sanguíneo em um chip utiliza células humanas reais, oferecendo ainda maior nível controle nos experimentos.