ECONOMIA
Petrobras tem prejuízo de R$ 2,6 bilhões no 2º trimestre desse ano
As expectativas do mercado foram frustradas pelos resultados divulgados. O consenso LSEG projetava um lucro líquido de R$ 22,3 bilhões
A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou, na última quinta-feira (08/08), os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), revelando um prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões. Este resultado reverte o lucro de R$ 28,7 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior e representa o primeiro prejuízo trimestral da empresa desde o terceiro trimestre de 2020.
O prejuízo divulgado aos acionistas foi atribuído, principalmente, à adesão da Petrobras a um acordo com o governo para encerrar uma disputa tributária, ao acordo de trabalho de 2023 e à variação cambial no período. A empresa explicou que a desvalorização do real frente ao dólar foi um dos fatores que impactaram negativamente os resultados financeiros.
A receita total de vendas da Petrobras no trimestre alcançou R$ 122,258 bilhões, representando um aumento de 7,4% em relação ao período homólogo. Desse total, R$ 36,529 bilhões foram provenientes do mercado externo, um crescimento de 54,3%, impulsionado por um salto de 59,7% nas exportações. No mercado interno, no entanto, a receita caiu 4,9%, totalizando R$ 85,729 bilhões. Enquanto as receitas com diesel subiram 3,7%, as com gasolina recuaram 14,4%.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 49,740 bilhões, uma queda de 12,3% em relação ao ano anterior. Em termos recorrentes, o Ebitda somou R$ 62,332 bilhões, representando uma alta de 5,5%.
As expectativas do mercado foram frustradas pelos resultados divulgados. O consenso LSEG projetava um lucro líquido de R$ 22,3 bilhões, um Ebitda de R$ 63,26 bilhões e uma receita de R$ 129,23 bilhões.
Um dos principais fatores que levaram ao prejuízo foi o resultado financeiro negativo, com perdas líquidas que somaram R$ 36,396 bilhões, em contraste com as perdas de R$ 269 milhões no ano anterior. A empresa destacou que a desvalorização do real, que caiu 11,2% no 2T24 em comparação com 3,2% no 1T24, foi um dos principais impactos negativos. A taxa de câmbio passou de R$ 5,00 por dólar em 31 de março de 2024 para R$ 5,56 em 30 de junho de 2024.
Além disso, a Petrobras reconheceu despesas financeiras relacionadas à adesão à Transação Tributária, que refletiram os encargos e as atualizações financeiras associadas.