Politíca
Eleições em Santa Rita: oportunismo e a arte da manipulação política
Roberto Tomé
As eleições na cidade de Santa Rita, têm seguido um roteiro que, embora previsível, revela os bastidores complexos e muitas vezes sombrios da política local. Nos últimos dias, um fenômeno tem se tornado cada vez mais evidente: o abandono de princípios e a busca desenfreada por vantagens pessoais por parte de alguns vereadores e candidatos. Este cenário não apenas ilustra a fragilidade dos compromissos políticos, mas também destaca as dinâmicas de poder e manipulação que permeiam o processo eleitoral.
Em uma clara demonstração de oportunismo, alguns vereadores e candidatos, que antes estavam firmemente alinhados com determinadas correntes políticas, começaram a mudar de lado. De olho nas vantagens que poderiam obter, esses políticos têm buscado se aliar aos candidatos que, segundo suas próprias análises, têm maiores chances de sucesso nas eleições para prefeito e vereador. Essa movimentação, que pode ser vista como uma forma de “sobrevivência política” é, na verdade, um reflexo de uma cultura política que valoriza o interesse próprio acima do compromisso com o eleitorado e com as propostas que inicialmente defenderam.
Esse comportamento oportunista não é novo na política brasileira, mas em Santa Rita ele assume contornos especialmente preocupantes. A prática do “toma lá, dá cá”, em que favores e apoios são trocados em benefício mútuo, se torna ainda mais evidente à medida que as eleições se aproximam. Candidatos que deveriam estar focados em apresentar propostas sólidas para o desenvolvimento da cidade se veem cercados por bajuladores que, em vez de contribuir de forma construtiva, estão mais interessados em garantir seu lugar ao sol, independentemente das consequências para a população.
Entre esses candidatos que abandonam suas campanhas para se aliar a outros mais promissores, muitos demonstram uma habilidade calculista em manipular a situação a seu favor. São políticos que sabem exatamente o que dizer para conquistar a confiança de seus alvos, utilizando uma combinação de elogios e promessas vazias. Esse tipo de manipulação é perigoso, pois cria uma falsa sensação de segurança para os candidatos que caem na armadilha, enquanto os verdadeiros interesses da população são deixados de lado.
Muitos candidatos, por sua vez, mostram-se vulneráveis a esse tipo de abordagem. Adoram ser paparicados e bajulados, e acabam por se cercar de pessoas que apenas dizem aquilo que eles querem ouvir. Esse ambiente de adulação e manipulação pode ser comparado a um gado que caminha cegamente em direção ao matadouro, sem perceber os perigos à sua volta. Os puxas-sacos afastam qualquer um que possa representar uma ameaça aos seus planos, mantendo os candidatos em uma bolha de ilusões que, mais cedo ou mais tarde, será estourada pela dura realidade.
As eleições de Santa Rita, portanto, não é apenas um palco para a escolha de novos líderes, mas também um reflexo das práticas políticas que ainda persistem no Brasil. O eleitorado precisa estar atento a essas movimentações nos bastidores e reconhecer o verdadeiro caráter dos candidatos. Somente por meio de uma escolha consciente e informada será possível mudar esse cenário de oportunismo e manipulação, garantindo um futuro mais justo e transparente para a cidade.
O desafio, portanto, é grande. Mas é precisamente em momentos como este que a coragem de manter-se fiel aos próprios princípios se torna mais valiosa do que qualquer vantagem passageira. A verdadeira vitória nas urnas não é apenas a conquista de um cargo, mas o compromisso com a ética e a responsabilidade para com o povo que se pretende representar.