Segurança Pública
General revela como é a escolha para o Alto Comando: a verdadeira influência política na escolha dos promovidos
Brasileiros de esquerda e de direita têm dúvidas sobre os critérios para promoção no Exército Brasileiro
Em recente entrevista no YouTube, o General Ridauto expôs, em um tom bastante elucidativo, os critérios que determinam a promoção de oficiais generais no Exército Brasileiro, abordando a influência política sobre as escolhas dos membros do alto comando. A fala do general revela detalhes sobre como a promoção de generais se dá, evidenciando uma combinação entre merecimento e antiguidade.
O processo de promoção dentro do Exército Brasileiro é regulado por uma lista que passa por rigorosas avaliações dentro do alto comando. Conforme explicado pelo General Ridauto, a lista é formada com base em dois fatores: antiguidade e merecimento, sendo que, em instâncias mais altas da carreira, o merecimento ganha maior relevância. No entanto, a decisão final para a promoção de generais cabe ao Presidente da República, que deve, por lei, escolher nomes presentes nessa lista, sem poder incluir ou excluir oficiais à vontade.
Como funciona a escolha presidencial
“O presidente não escolhe quem ele quiser. (…) A lei diz que o senhor tem que considerar apenas os que estão nesta lista (…). Agora, ele escolhe quem ele quiser dos oito que foram, ele vai escolher os dois que ele achar conveniente.”
Esse processo de escolha do Presidente da República, segundo o oficial, tem sido o mesmo desde o início do século XX, segundo o general. O ex-presidente Lula, durante seu mandato, seguiu esse critério, assim como seus sucessores, incluindo o ex-presidente Michel Temer, que promoveu o próprio General Ridauto ao posto de general. Contudo, apesar de a escolha final ser feita pelo Presidente, o processo de promoção envolve diretamente o alto comando, que organiza e sugere a lista ao chefe do Executivo.
A Percepção de Influência Política
Na entrevista, o general aborda a polarização política que o país enfrenta e a percepção comum entre a população de que os generais são escolhidos de acordo com as preferências políticas dos presidentes em exercício. Ele explicou que, embora os generais promovidos durante os governos de esquerda possam ser associados politicamente a Lula e Dilma, na prática, o processo de promoção não é influenciado diretamente pela política do governo vigente. A lista de promoção, montada por oficiais de alta patente, segue critérios rígidos.
“Muita gente pensa: ‘Ah, então os generais atuais foram todos escolhidos pelo Lula ou pela Dilma’. (…) Isso é uma verdade porque segue a regra, mas não necessariamente que tenha sido escolha deles, pessoais.”
O general também destacou que os presidentes civis, na maioria das vezes, não têm conhecimento direto dos militares, sendo pouco provável que alterem a ordem sugerida pelo alto comando. Mesmo os presidentes militares, como Bolsonaro, que tiveram maior contato com a carreira militar, tendem a seguir a lista de promoções sem alterações significativas.
O Papel do Alto Comando
O alto comando do Exército desempenha um papel crucial na formação da lista de promoção, composto por 16 oficiais generais de quatro estrelas, mais o comandante do Exército. Esse grupo é responsável por sugerir ao Presidente quais coronéis e generais de postos mais baixos devem ser promovidos.
O General Ridauto ressaltou a importância da experiência dos membros do alto comando:
“A lista foi montada pelo alto comando do Exército, por oficiais generais de quatro estrelas com 30 e tantos anos, 40 anos de experiência. (…) Não escolhem qualquer um.”
Ele também explicou que a lei impõe certas restrições, impedindo que o alto comando faça alterações bruscas na ordem dos nomes, como colocar um oficial de menor antiguidade em primeiro lugar na lista, o que garante que a promoção seja baseada em critérios tradicionais da força.
Especulações e visões diferentes
O General Ridauto, operador de Forças Especiais bastante mencionado nos últimos anos, joga luz sobre um tema que tem gerado muitas especulações: a influência política nas promoções militares. De um lado militantes de esquerda acusam a cúpula militar de só promover generais conservadores e de outro lado – a militância de direita – acusa a esquerda de influir na escolha da cúpula armada, acusando os atuais generais de ter conchavos políticos com o atual presidente da república.
Entretanto, o processo descrito pelo general demonstra que as promoções seguem critérios estabelecidos por décadas, aparentemente com pouca interferência externa. Mesmo em tempos de mudanças políticas significativas, o alto comando do Exército – na visão do oficial general – se mantém como a principal instância responsável por essas decisões. Embora os presidentes tenham a palavra final, a estrutura interna do Exército limita significativamente o impacto direto de suas preferências políticas nas promoções.
Comentários de leitores expressam descrédito sobre o Exército
- Corrupção e Covardia: O comentário de @fernandorg8722 ecoa uma preocupação crescente sobre a corrupção nas Forças Armadas: “Depois dessa entrevista, aumentou a dúvida sobre corrupção. Parece inacreditável termos tantos generais covardes perante o que está acontecendo no Brasil”. Esse sentimento de que as forças armadas se tornaram cúmplices ou omissas diante de questões graves no cenário político é um tema recorrente nos comentários.
- Ataques à Honra e à Moral Militar: @GotadeLiberdade comenta: “Não se corrompe aquele que não quer ser corrompido…não se tira a dignidade de quem a tem…não se compra a honra daquele que a respeita”. Esse comentário reflete a visão de que a corrupção dentro das Forças Armadas é resultado de escolhas individuais, uma crítica direta aos militares que, na visão de alguns, teriam se vendido ao sistema político.
- Denúncias de Privilégios: @carlosalexandrosebasttia-xk7oe faz uma acusação contundente: “80% das despesas do exército é pra sustentar oficiais que nunca fizeram nada pelo país, só pelo sistema”. Comentários como esse alimentam a percepção de que as Forças Armadas são uma instituição elitista, beneficiada com recursos públicos sem oferecer uma contrapartida à sociedade.
Fonte: Sociedade de Militar – https://www.sociedademilitar.com.br/2024/10/general-revela-como-e-a-escolha-dos-generais-para-o-alto-comando-a-verdadeira-influencia-politica-na-escolha-dos-promovidos.html?utm_source=E-mail&utm_medium=Boletim&utm_campaign=boletim-militar-76&_bhlid=1d5349252c00947399d571bbdad037246969e5d7