Educação & Cultura
Editora A União lança revista sobre os 80 anos da Força Expedicionária Brasileira (FEB)
Organizada pelo pesquisador Antonio Odon da Silva Neto, a revista ‘Força Expedicionária Brasileira: 80 anos honrando o passado e inspirando o futuro’ foi lançada, na última terça-feira (8), pela Editora A União. O evento ocorre às 18h, no 1º Grupamento de Engenharia, localizado na avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa.
Em 1944, diversos destacamentos das forças armadas brasileira embarcavam para a Itália para engrossar as fileiras na luta contra os exércitos fascistas da Alemanha, Itália e Japão na 2ª Guerra Mundial. Embora a instituição da Força Expedicionária Brasileira (FEB) tenha sido decretada em novembro de 1943, só em Julho de 1944 o primeiro escalão aportou em Nápoles para o combate. É em homenagem aos combatentes brasileiros, de modo geral, e aos paraibanos, em particular, que a revista foi produzida, marcando os 80 anos da FEB.
A publicação apresenta um panorama de todo o processo de participação militar brasileira em terras italianas. Parte de uma perspectiva mais geral, abordando como se desenvolveu o processo de criação da FEB, o contexto no qual o Brasil estava inserido, a Era Vargas em plena ditadura do Estado Novo, os ataques alemães aos submarinos brasileiros, bem como a relação, no período, entre os governos brasileiro e estadunidense.
O periódico apresenta os paraibanos que se alistaram ou foram convocados para a Força Expedicionária. Destaca militares das mais diversas patentes, desde praças como Félix Araújo, até oficiais como Edson Ramalho e Celso Furtado. Aborda a contribuição de cada um deles nas batalhas que culminaram na vitória dos países Aliados, grupo do qual as forças brasileiras faziam parte.
Através da pesquisa no arquivo do Jornal A União, na coluna da época intitulada “Da Itália para o Brasil”, a revista evidencia trechos de cartas de alguns combatentes paraibanos que estavam no front. Os textos demonstram as variadas percepções do que, naquele momento, significava participar da guerra bem como a vontade, sempre presente, de retornar para casa.
O organizador da revista, Antonio Odon, que é pesquisador e fundador do Grupo de Estudos da Força Expedicionária Brasileira, afirma, no texto de apresentação da publicação, que “por meio de depoimentos, fotografias históricas e análises detalhadas, buscamos não apenas reviver os momentos decisivos dessa campanha, mas também refletir sobre seu impacto duradouro na história do Brasil e do mundo. A presença da FEB na Segunda Guerra Mundial foi um marco de amadurecimento para o Brasil no cenário internacional, demonstrando a capacidade e o compromisso do país em contribuir para a construção de um mundo mais justo e seguro […] ”.
O regresso também é tratado na revista. A sensação imediata de voltar para a terra natal, para o convívio familiar, após o triunfo, ostentando os louros de vencer as forças nazi-fascistas; as recepções da população brasileira nos portos; os monumentos em tributo aos que tombaram em batalha. Também aborda as denúncias feitas por ex-combatentes a respeito do silenciamento, do esquecimento aos quais foram relegados; os traumas psicológicos diversos oriundos da realidade vivida nas trincheiras; e, por fim, a manutenção permanente de espaços de memória e sociabilidade a partir de encontros periódicos e espaços documentais como associações e museus.