ECONOMIA
Com riscos fiscais, Bolsa cai 1,37% na semana e dólar vai a R$ 5,62
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou a semana em queda, fechando aos 129.992 pontos nesta sexta-feira, 11 de outubro de 2024. No último pregão, registrou uma baixa de 0,28%, acumulando uma queda de 1,37% ao longo da semana. Mas o que está por trás desse movimento?
Riscos fiscais no radar
Os investidores estão atentos aos riscos fiscais no cenário brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que elevaria a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para trabalhadores que ganham até R$ 5.000. No entanto, a equipe econômica ainda não apresentou uma proposta para financiar essa renúncia fiscal. Esse cenário de incerteza contribuiu para a cautela dos agentes financeiros e para a queda na Bolsa.
Dólar em alta
O dólar comercial também teve um movimento ascendente, fechando a semana a R$ 5,62, com uma alta de 0,50%. Na semana, a moeda norte-americana subiu 2,91% em relação ao real brasileiro. Essa valorização pode ser atribuída, em parte, aos receios relacionados aos riscos fiscais e à incerteza sobre o financiamento das medidas anunciadas pelo governo.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve um desempenho positivo, com alta de 0,97% nesta sexta-feira, enquanto o S&P 500 avançou 0,61%. Os principais índices europeus também apresentaram ganhos. Esses movimentos refletem a confiança dos investidores em relação à economia global e às políticas monetárias adotadas pelos bancos centrais.
Risco-país e saída de investidores estrangeiros
O risco-país, medido pelo CDS (Credit Default Swap) de 5 anos, registrou 150 pontos nesta sexta-feira, comparado a 181 pontos há um ano. Esse indicador é usado para avaliar a confiança na economia brasileira e reflete a percepção dos investidores sobre os riscos de crédito.
No entanto, um dado preocupante é a saída de investidores estrangeiros da Bolsa brasileira. Até a quarta-feira, 9 de outubro, eles retiraram R$ 30,8 bilhões, com um saldo negativo de R$ 2,5 bilhões no ano. Considerando as ofertas primárias (IPOs) e secundárias (follow-ons), o resultado fica ainda mais desfavorável, com um saldo negativo de R$ 25,7 bilhões.
Em resumo, o cenário é marcado por incertezas fiscais, movimentações cambiais e a cautela dos investidores. A equipe econômica terá o desafio de encontrar soluções para assegurar receitas e manter a confiança no mercado brasileiro. A trajetória do risco Brasil desde 2018 é um gráfico que merece atenção, pois reflete as oscilações e desafios enfrentados pelo país nos últimos anos.
Lembrando sempre que o mercado financeiro é dinâmico e sujeito a mudanças rápidas. Fique atento às notícias e análises para tomar decisões informadas.