ECONOMIA
Crise nas Estatais: O Desafio Financeiro que Sacode o Brasil
Durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as empresas estatais federais, estaduais e municipais registraram um déficit de R$ 9,76 bilhões em valores corrigidos pela inflação (a preços de setembro) nos anos de 2023 e 2024. Esse montante representa o maior resultado negativo desde 2002, marcando um cenário desafiador para as finanças dessas instituições.
Eis a íntegra do relatório divulgado pela autoridade monetária:
Vamos analisar os detalhes:
- Déficit em 2023 e 2024:
- Em 2023, as despesas das estatais superaram as receitas, resultando em um déficit de R$ 2,43 bilhões.
- No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o rombo aumentou significativamente, atingindo R$ 7,33 bilhões.
- Esses números foram apurados pelo Banco Central e corrigidos pela inflação do período.
- Comparação com outros governos:
- O déficit no governo Lula superou o registrado no primeiro mandato do governo Dilma Rousseff (PT), quando houve um saldo negativo de R$ 7,53 bilhões a preços atuais.
- Vale destacar que parte desse déficit reverte o superávit de R$ 31,16 bilhões obtido durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
- Maior saldo positivo:
- O governo Lula também teve momentos de sucesso nas contas das estatais. No primeiro mandato (de 2003 a 2006), o saldo positivo totalizou R$ 42,02 bilhões, em valores atualizados pela inflação.
- Déficit em 2024:
- O ano de 2024 foi especialmente desafiador para as estatais. O déficit acumulado de janeiro a agosto representou o segundo maior saldo negativo da série histórica iniciada em 2002, ficando atrás apenas de todo o ano de 2014 (quando o déficit foi de R$ 7,47 bilhões).
- Divisão por nível de governo:
- Estatais federais: Registraram um déficit de R$ 3,45 bilhões de janeiro a agosto de 2024, um aumento de 383,1% em relação a 2023.
- Estatais estaduais: Apresentaram um rombo de R$ 3,90 bilhões no mesmo período, com alta de 181,1%.
- Estatais municipais: Surpreendentemente, tiveram um superávit de R$ 21,6 milhões.
- Contabilidade criativa:
- Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou a possibilidade de reduzir o aporte federal para estatais que têm condições de se emancipar do Orçamento. O objetivo seria fazer com que essas empresas não dependam mais de recursos orçamentários.
- Outro lado:
- O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos afirmou que os déficits das estatais mencionadas na reportagem são cobertos pelos próprios caixas das empresas, carregados de anos anteriores, e não representam necessidade de recursos do Tesouro Nacional. Além disso, parte do saldo negativo se explica porque algumas empresas receberam investimentos.
Em resumo, o cenário das estatais sob o governo Lula está desafiador, com um déficit expressivo nos anos de 2023 e 2024. A busca por soluções e a análise cuidadosa desses números são essenciais para garantir a saúde financeira dessas instituições públicas.