CIDADE
Campina Grande renova Decreto de Emergência: crise hídrica castiga zona rural e exige soluções urgentes
Por Roberto Tomé
A seca em Campina Grande parece não dar trégua, e a prefeitura já se prepara para um novo decreto de emergência. O prefeito Bruno Cunha Lima assinou o documento que vai durar seis meses. A razão? Simples: sem essa formalidade, a cidade perde o Programa Carro-Pipa, vital para as áreas rurais que estão cada vez mais esquecidas.
Mas aí fica a pergunta: quantos desses decretos a população rural ainda vai aguentar? Quem vive por lá, sabe. Ano após ano, é sempre a mesma ladainha. E o pior é que a coisa não para por aí. O decreto não é só um “ok” para liberar os carros-pipa. Vai um relatório pra lá, outro pra cá, e o dinheiro para manter a Operação Pipa chega pingado – e olha que essas verbas federais deveriam ser prioridade.
O Tenente Régis, da Defesa Civil, tenta organizar o caos. O cara fiscaliza o trabalho dos caminhões, testa a qualidade da água, garante que o abastecimento aconteça de verdade. E não tem moleza, não! Se a Defesa Civil não age rápido, os reservatórios secam. Imagina o nível de tensão dessas famílias, dependendo de relatórios e da boa vontade do Governo Federal para não ver os poços secos.
E o impacto disso tudo não fica só no campo, na roça, longe dos olhos da cidade. A seca se infiltra em todos os setores: desde a produção de alimentos até as indústrias locais. Ninguém sai ileso. Não é só uma questão de água na torneira ou no caminhão. Cada lavoura perdida representa menos dinheiro girando. E quando a economia da zona rural balança, a cidade também sente o golpe.
E nem vamos entrar na história dos caminhões-pipa. O supervisor Maxsuel Vasconcelos cuida para que os caminhões cheguem onde devem chegar. Mas com verba caindo do Governo Federal direto para o Exército, a Prefeitura só entra para fiscalizar. Ela até tenta ajudar, oferecendo caminhões próprios pela Secretaria de Agricultura, mas sem ter controle direto sobre o dinheiro, fica com as mãos meio atadas. Enquanto isso, o pessoal da zona rural espera e reza para que cada gota de água faça valer a espera.
E aí vem o ponto de maior frustração: onde está a solução permanente? O famoso “plano de longo prazo” parece algo fora do alcance. Decretos e operações emergenciais soam como um alívio temporário para uma ferida aberta. Falta um projeto ousado, que enfrente a seca de frente.
E assim, o novo decreto vai ser publicado. Mais 180 dias de expectativa, de água contada. E se nada mudar? Talvez o próximo prefeito precise de um novo decreto, e depois o próximo também.