Nacional
Ataque explosivo em Brasília: ex-candidato a vereador detona artefatos em frente ao STF e choca o país
Por Roberto Tomé
Na noite de quarta-feira (13), Brasília foi abalada por uma sequência de explosões, e não eram as habituais bombas políticas. Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, protagonizou um incidente perturbador, que deixou as autoridades em alerta máximo e a Praça dos Três Poderes em suspense. Segundo as investigações preliminares da Polícia Federal e da Polícia Civil do Distrito Federal, o caso é visto como um suicídio, mas as circunstâncias revelam algo muito mais meticuloso e planejado, com o uso de explosivos.
Primeiro, um barulho ensurdecedor rompeu a tranquilidade da Esplanada: Francisco Luiz acionou um artefato explosivo em frente ao STF. Testemunhas, inclusive um vigilante no local, relataram que o homem parecia decidido. Após a primeira explosão, ele se deitou no chão e posicionou um segundo dispositivo debaixo da cabeça. Não houve hesitação. O segundo explosivo foi detonado, tirando a vida de Francisco no instante.
Quase que simultaneamente, outra explosão foi registrada no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. Um carro, carregado com fogos de artifício, foi pelos ares. Embora não tenha causado vítimas, o incidente levantou ainda mais suspeitas sobre a dimensão do que estava acontecendo. Por precaução, a Esplanada foi isolada e forças de segurança vasculharam cada centímetro da área.
Polícia Militar, Bombeiros e a Polícia Federal mobilizaram rapidamente suas equipes, não apenas para conter possíveis novos riscos, mas para tentar entender o que levou Francisco a um ato tão extremo e planejado. Em meio à evacuação do STF e reforço da segurança nos prédios vizinhos, autoridades buscavam qualquer pista que ajudasse a decifrar esse quebra-cabeça.
Celina Leão, vice-governadora do Distrito Federal e então no comando pela ausência do governador, fez declarações de imediato, destacando que o homem chegou a tentar se aproximar do STF antes da explosão. Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes das Casas Legislativas, também foram comunicados e recomendaram a suspensão das atividades até que a segurança fosse integralmente restabelecida.
Francisco Wanderley Luiz não era um desconhecido total. Natural de Santa Catarina, ele já havia se arriscado na política, concorrendo ao cargo de vereador pelo Partido Liberal em 2020. A derrota nas urnas, no entanto, não silenciou sua voz. Nos dias que antecederam as explosões, ele fez diversas publicações em redes sociais, onde criticava o STF, o presidente Lula e outros líderes do Congresso. Pouco antes do ato, Francisco havia alugado um imóvel em Ceilândia, um detalhe que leva a crer em uma preparação estratégica.
A repercussão não foi pequena. Assim que souberam do ocorrido, Luiz Roberto Barroso, presidente do STF, e o presidente Lula discutiram o impacto desse episódio, que evidencia não só uma questão de segurança, mas um cenário de extrema tensão política. Tanto o STF quanto o Congresso estão sob vigilância reforçada, e as forças de segurança têm trabalhado intensamente para verificar a origem dos explosivos e afastar qualquer possibilidade de novos incidentes.
Evacuação, isolamento, e, claro, especulação. A Praça dos Três Poderes vive um novo episódio de crise, onde não se pode descartar a mensagem subentendida em cada ato. Francisco Luiz deixou Brasília em alarde, em um episódio onde as perguntas ainda superam as respostas. A investigação prossegue, mas o episódio já provoca uma nova reflexão sobre até onde vai à tensão nas ruas do poder.