Segurança Pública
Sem alarde, Defesa prorroga presença das Forças Armadas na fronteira com a Venezuela e vai mandar tropas para a região com 3 tipos de mísseis e dezenas de blindados
Além da proteção à maior terra indígena do país e do combate aos crimes transfronteiriços, nos bastidores a medida também é vista como uma forma de ajudar na segurança da região
Sem fazer ampla divulgação, o Ministério da Defesa atendeu a pedido do governo federal e prorrogou a presença das Forças Armadas e de seus meios na Terra Indígena Yanomami, localizada nos Estados de Roraima e Amazonas, na fronteira com a Venezuela.
A informação consta em portaria do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, publicada em 23 de dezembro no Diário Oficial da União, mas em vigor desde 20 de dezembro.
Anteriormente, segundo a Portaria GM-MD número 1511 de 26/03/2024, o emprego dos cerca de 200 militares do Exército, Marinha e FAB (Força Aérea Brasileira) na Terra Indígena terminaria em 31 de dezembro. Por ora, a nova edição da portaria não estabeleceu uma data final.
Além da proteção à maior terra indígena do país e do combate aos crimes transfronteiriços, nos bastidores a medida também é vista como uma forma de ajudar na segurança da região. Desde dezembro de 2023, em razão da escalada da tensão relacionada à disputa entre Venezuela e Guiana por Essequibo, cujo acesso por terra precisaria ser feito por Roraima, o Exército vem ampliando sua presença na região.
Na época, o Ministério da Defesa confirmou que deslocou 20 blindados para Roraima, além de ter convertido um Esquadrão em Regime de Cavalaria, com 120 militares.
Comandante do Exército anuncia compra de mísseis Javelin
No último dia 16 de dezembro, durante inauguração da 1ª Companhia Anticarro Mecanizada (1.ª Cia AC Mec), o Comandante do Exército, General Tomás Paiva, fez anúncio da compra de 100 mísseis FGM-148 Javelin, fabricados pela Raytheon e pela Lockheed Martin, e do fechamento do contrato para aquisição de 98 caça-tanques Centauro II-BR.
E também confirmou que a tropa da 1.ª Cia AC Mec, que pode ser transportada para qualquer lugar do país por meio dos aviões KC-390 Millennium da FAB, irá para Roraima.
Até o momento, já foram enviados cerca de 60 mísseis Max 1.2 AC, fabricados pela SIATT, à 1.ª Brigada de Infantaria de Selva, em Boa Vista (RR), cuja tropa permanece em prontidão máxima.
Junto aos mísseis Spike LR2, adquiridos de Israel, o Comandante da Força Terrestre falou com entusiasmo da capacidade militar brasileira. “Esses 3 tipos de equipamento nos dão capacidade de proteção contra carros, algo muito importante para qualquer tropa convencional do mundo”.
Múcio disse não acreditar em guerra com a Venezuela
Em agosto deste ano, o ministro da Defesa José Múcio Monteiro, que pode estar de saída do comando das Forças Armadas e dar lugar a Geraldo Alckmin, disse não acreditar em uma eventual guerra com a Venezuela.
Entretanto, Múcio afirmou que apesar da torcida para que nada aconteça, precisamos estar prontos para tudo.
“Nós optamos por uma defesa para dizer não, aqui não entra, aqui não passa, aqui é território do povo brasileiro. Nós temos feito isso. A nossa fronteira com a Venezuela está bastante preparada para qualquer evento. Temos lá blindados, reforçamos o pessoal do Exército, da Marinha”.