Nacional
2025: o ano da virada ou mais do mesmo?
Por Roberto Tomé
Chegamos em 2025, e o papo de sempre continua: o Estado precisa mudar. Todo mundo sabe disso, mas o que realmente muda? Quase nada. A máquina pública está emperrada, a sociedade não confia nos políticos, e a burocracia? Ah, essa nunca tira férias. Mas calma aí, será que dá pra fazer diferente? Talvez. Só que vai doer. E, sinceramente, está mais do que na hora.
Todo mundo adora complicar. Parece que o Brasil tem um fetiche por labirintos burocráticos e normas que ninguém entende. O jurista Cass Sunstein fala de simplicidade como um antídoto para isso. Legal, não é? Mas, no Brasil, isso parece uma utopia. O sistema público, atolado em pilhas de papel e processos intermináveis, simplesmente não conversa com as demandas reais das pessoas. Tornar tudo mais simples não é só uma questão de eficiência; é de sobrevivência. Porque, vamos combinar ninguém aguenta mais.
A verdade é que “interesse público” virou um termo vago, quase uma piada. Os políticos repetem como mantra, mas, no fundo, estão mais interessados em fazer o jogo do poder. O Terceiro Setor, que deveria ser o “herói da sociedade”, muitas vezes é puxado pela coleira do mercado ou do próprio Estado. E quem perde? Sempre a gente.
Será que o modelo estatal atual ainda faz sentido? Não é exagero dizer que ele parece ter parado nos anos 80. Regionalização, descentralização, e até cooperação transnacional são palavras que deveriam ser mais que ideias bonitas. Precisam virar prática – mas, claro, sem os discursos vazios de sempre.
Se 2025 quer ser um marco, meio ambiente tem que sair do discurso e virar prioridade de verdade. Poluição, desmatamento, mudança climática – a lista é longa e, ainda assim, o que vemos? Políticas públicas tímidas e líderes políticos que só “decoram” frases verdes pra agradar a ONU. É hora de tratar o meio ambiente como questão central, e não como rodapé das decisões.
A democracia anda meio zonza, né? Pressionada por corporações, mídia, e influências externas. Os modelos tradicionais estão mancando, incapazes de controlar os novos jogadores. Se não reimaginarmos o conceito de democracia, estaremos apenas remendando um barco furado. Precisamos de mecanismos que responsabilizem quem toma decisões – e isso vai muito além de urnas eletrônicas e debates políticos mornos.
Essa tal “parceria público-privada” é um namoro complicado. Pode funcionar, mas precisa de regras claras, segurança jurídica e, acima de tudo, boa vontade. Aqui no Brasil, isso é pedir demais? Talvez. Ainda assim, se bem feita, pode desamarrar algumas questões crônicas, como infraestrutura precária e políticas sociais capengas. Só que confiança é a base. E, convenhamos, confiança no sistema público é artigo raro.
Se 2025 vai marcar alguma transformação real, o Estado precisa parar de ser um monstro lento e desconectado da realidade. Chega de fórmulas mágicas e soluções de prateleira. É preciso coragem – coragem de verdade – para enfrentar as raízes do problema. E isso inclui combater desigualdade, frear tendências autoritárias e criar espaços que promovam justiça social. Parece óbvio, mas se fosse fácil já estaria feito.
O mundo está mudando rápido demais para a gente continuar jogando no modo lento. Então, 2025, faça sua parte. A gente já está esperando faz tempo. E, sinceramente, a paciência acabou.